BUJUMBURA (Reuters) - O presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, voltou à capital nesta sexta-feira após um golpe fracassado para tirá-lo do poder, disse seu porta-voz, acrescentando que o general por trás da tentativa ainda não foi preso, conforme ele havia dito mais cedo, aumentando ainda mais a confusão após mais de três dias de tumulto.
Em pronunciamento na rádio estatal do pequeno país do leste africano, Nkurunziza pediu pelo fim de semanas de manifestações por causa de sua busca por um terceiro mandato.
"Há paz em todo o país, incluindo na capital onde os conspiradores operaram", disse ele após um dia de confrontos, nos quais morreram pelo menos uma dúzia de pessoas. "Quem quer que deseje trazer problema ao país não irá longe."
O porta-voz de Nkurunziza havia dito antes que forças militares do país haviam prendido o general Godefroid Niyombare, o qual anunciou, na quarta-feira, a queda do presidente enquanto o mandatário estava em viagem ao exterior.
Niyombare "não foi preso", disse o porta-voz Gervais Abayeho à Reuters depois. Ele disse que a fonte de sua declaração anterior havia corrigido a informação.
Burundi mergulhou numa profunda crise após Nkurunziza ter anunciado que concorreria para outro mandato de cinco anos, gerando confrontos entre a polícia e manifestantes e trazendo à tona memórias de uma guerra civil étnica encerrada há apenas uma década.
(Reportagem de Goran Tomasevic)