Por Yeganeh Torbati
A BORDO DO USS THEODORE ROOSEVELT, Mar do Sul da China (Reuters) - Assim que o destróier norte-americano USS Lassen, com mísseis guiados, violou o limite territorial de 12 milhas marítimas em torno de uma das ilhas artificiais da China no disputado Mar do Sul da China, na semana passada, um navio de guerra chinês que acompanhava seus movimentos começou a exigir respostas.
"'Ei, você está em águas chinesas. Qual é a sua intenção?'", perguntou, segundo o relato do comandante do Lassen, Robert Francis, a repórteres que viajam a bordo do porta-aviões norte-americano USS Theodore Roosevelt.
De acordo com Francis, a tripulação respondeu que eles estavam operando em conformidade com o direito internacional e pretendiam passar ao largo da ilha, realizando o que autoridades norte-americanas definiram como um exercício de liberdade de navegação projetado para desafiar reivindicações da China nessas águas estratégicas.
Francis disse que o destróier chinês repetiu a pergunta: "A mesma questão, várias vezes", afirmou Francis, em declarações a bordo do USS Theodore Roosevelt, que trafegava entre 150 a 200 milhas náuticas a partir da ponta sul do arquipélago Spratly, uma cadeia de ilhas em disputa, onde a China construiu sete postos avançados artificiais em apenas dois anos.
O USS Lassen havia se juntado ao grupo do porta-aviões na noite anterior, antes de uma visita do secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, ao Theodore Roosevelt. Enquanto estava a bordo, Carter culpou a China pelo aumento da tensão na região.
O governo chinês criticou os EUA pelo patrulhamento do Lassen, o desafio mais significativo dos norte-americanos aos limites territoriais reivindicados pela China em torno das novas ilhas.
A China tem afirmado sua soberania sobre a maior parte do Mar do Sul da China, através do qual passam anualmente mais de 5 trilhões de dólares do comércio global. Vietnã, Malásia, Brunei, Filipinas e Taiwan têm reivindicações rivais.