Por Michael O'Boyle e Patricia Zengerle
CULIACÁN, México/WASHINGTON (Reuters) - Esforços para combater o comércio ilegal de armas dos Estados Unidos para o México têm sido prejudicados nos últimos anos em meio à falta de cooperação entre autoridades dos dois lados, de acordo com um relatório divulgado nesta segunda-feira por uma agência federal de fiscalização dos EUA.
O relatório do Escritório de Responsabilidade do Governo (GAO), finalizado depois da recente prisão do traficante de drogas mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán e visto pela Reuters antes da divulgação oficial de segunda-feira, também criticou as agências do setor de segurança norte-americanas por não assegurar que agentes trabalhem juntos de forma efetiva para lutar contra o contrabando de armas pelos cartéis de drogas do México.
Desentendimentos entre autoridades norte-americanas e mexicanas por conta de Guzmán atraíram grande atenção para o tema da cooperação. O México, que se recusou a extraditar o traficante para os EUA quando ele foi preso em 2014, estava formalmente iniciando os procedimentos de extradição contra ele depois da sua recaptura.
"Esforços para conter o tráfico de armas de fogo entre os EUA e o México foram reduzidos uma vez que o governo do presidente mexicano Enrique Peña Nieto reconsiderou a cooperação bilateral em segurança", afirmou o documento, divulgado primeiro pela Reuters, que cita autoridades dos EUA e do México.
O México restringiu bastante a venda de armas, mas o fluxo de armas norte-americanas para o sul ajudaram a alimentar os confrontos entre gangues de traficantes e forças de segurança, que mataram mais de cem mil pessoas desde 2007.
Especialistas dizem que o trabalho para reprimir o fluxo de armas para o sul teve pouco sucesso, citando a operação em que agentes norte-americanos perderam o paradeiro de armas que entraram no México entre 2009 e 2011.