TRÍPOLI (Reuters) - Um comboio de combatentes, vindo da cidade líbia de Misrata, chegou a Trípoli neste sábado para apoiar o primeiro-ministro interino em meio a uma pressão do parlamento para derrubá-lo em favor de seu próprio candidato.
O primeiro-ministro interino Abdulhamid al-Dbeibah jurou que só entregará o poder após uma eleição e rejeitou a decisão do parlamento, nesta semana, de nomear o ex-ministro do Interior Fathi Bashagha para chefiar um novo governo.
A chegada do comboio destacou o perigo de novos combates na Líbia à medida que a crise se desenrola, após mobilizações nas últimas semanas de facções armadas que apoiam diferentes lados políticos.
O comboio deste sábado, composto por mais de 100 veículos de acordo com uma testemunha da Reuters, chegou depois que Dbeibah acusou o parlamento de ser "responsável por todo esse derramamento de sangue e caos" na Líbia nos últimos anos.
O presidente do parlamento, Aguila Saleh, acusou Dbeibah de corrupção e de tentar usar sua posição a seu favor, em vez de efetuar uma transição significativa.
A Líbia teve pouca paz desde o levante de 2011 apoiado pela OTAN contra Muammar Gaddafi e, em 2014, se dividiu entre facções em guerra no leste e no oeste.
Durante a guerra, o parlamento se aliou principalmente às forças baseadas no leste do Exército Nacional da Líbia (LNA, na sigla em inglês) de Khalifa Haftar. As principais forças armadas de Misrata estavam do outro lado, apoiando o então governo internacionalmente reconhecido em Trípoli.
(Reportagem de Ayman Sahely; Escrita por Angus McDowall)