Por Jill Serjeant
NOVA YORK (Reuters) - Apresentar a cerimônia do Oscar é considerado como a maior honraria do mundo do entretenimento, mas ninguém terá um desafio maior para equilibrar o humor, a polêmica sobre diversidade racial e a celebração do cinema no domingo do que Chris Rock.
Rock, comediante negro de stand-up e ex-membro do elenco do programa humorístico "Saturday Night Live", foi escolhido como mestre de cerimônia do evento pela segunda vez em outubro, muito antes da polêmica sobre a falta de artistas negros entre os indicados deste ano, que virou uma campanha virtual com a hashtag #OscarsSoWhite (OscarTãoBranco) e ofuscou a maior celebração anual da indústria cinematográfica. Ele comandou o espetáculo pela primeira vez em 2005.
A maioria dos analistas de premiações concorda que ele acabou sendo a escolha perfeita.
"Ele é muito bom cutucando o show business e cutucando as relações raciais neste país", disse Tim Gray, da revista Variety. "Acho que Chris Rock irá abordar a questão da diversidade de frente, que é exatamente o que o show e a academia precisam".
Rock, de 51 anos, guardou silêncio em relação ao furor causado pela indicação de 20 atores exclusivamente brancos este ano. Ele não quis participar das discussões, nem depois que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, cujos 6.200 membros escolhem os premiados do Oscar, anunciou que irá dobrar o número de mulheres e integrantes de minorias em suas fileiras nos próximos quatro anos.
"É uma boa ideia ele ficar de boca fechada e dizer o que tiver que dizer quando tiver a grande vitrine do palco do Oscar", disse Daniel Montgomery, editor-sênior do site de premiações Goldderby.com.
A Academia convocou a apresentadora de talk show Ellen DeGeneres e o ator Neil Patrick Harris, ambos assumidamente gays, para comandar a atração nos dois últimos anos, mas ter Rock de volta ao posto em 2016 dá aos organizadores a chance de fazer boa figura diante de uma audiência televisiva de cerca de 40 milhões de pessoas nos Estados Unidos e milhões mais ao redor do mundo.
"Deixar que façam piadas às suas custas irá mostrar que eles estão cientes de que há um problema. Mas ele não pode ir direto na jugular", disse Montgomery.