(Reuters) - A comissão eleitoral indicada pela junta de Mianmar dissolverá o partido político da líder deposta Aung San Suu Kyi devido a uma fraude eleitoral na eleição de novembro, noticiou a mídia local nesta sexta-feira citando um comissário, que ameaçou ações contra "traidores" envolvidos.
Os sites de notícias Myanmar Now e Irrawaddy disseram que o anúncio foi feito nesta sexta-feira em uma reunião com partidos políticos que foi boicotada por muitos, inclusive a Liga Nacional pela Democracia (NLD), de Suu Kyi.
O Exército tomou o poder no dia 1º de fevereiro, depondo e detendo a líder civil eleita Suu Kyi, que liderou uma luta não-violenta contra a ditadura nas últimas duas décadas do comando militar sobre Mianmar.
Os militares justificaram o golpe acusando a NLD de conquistar uma vitória esmagadora através de uma votação manipulada, mas à época a comissão eleitoral rejeitou as acusações. A NLD diz que ganhou justamente.
A junta promete realizar uma eleição dentro de dois anos e entregar o poder ao vencedor.
A NLD cometeu fraude, "por isso teremos que dissolver o registro do partido", disse o presidente da Comissão Eleitoral de União (UEC) indicada pela junta, Thein Soe, segundo a mídia local.
Ainda conforme as reportagens, ele disse que os envolvidos em fraude eleitoral "serão considerados traidores" e ações serão adotadas contra eles.
Um porta-voz do conselho militar não respondeu a chamadas pedindo comentários.
(Redação Reuters)