Por Jonathan Stempel
NOVA YORK (Reuters) - Um tribunal de recursos dos Estados Unidos manteve nesta terça-feira a condenação do chefão do narcotráfico mexicano Joaquin "El Chapo" Guzmán, rejeitando o argumento de que o júri havia acompanhado o caso de maneira imprópria na imprensa durante seu julgamento bombástico.
O segundo tribunal circuital de recursos em Manhattan também rejeitou várias outras argumentações trazidas por Guzmán em busca de um novo julgamento, entre elas a de que suas condições carcerárias eram deploráveis e que o governo norte-americano o perseguia seletivamente para julgá-lo.
"Tenho certeza que Mr. Guzmán irá buscar a revisão da condenação na Suprema Corte", afirmou o advogado do réu, Marc Fernic por e-mail.
O escritório do Procurador Federal Breon Peace, no Brooklyn, não respondeu imediatamente a um pedido por comentários.
Guzmán foi condenado em fevereiro de 2019 por traficar bilhões de dólares em drogas e por conspirar para assassinar seus inimigos, como parte de seu papel como líder do cartel mexicano de Sinaloa.
Ele cumpre pena de prisão perpétua na penitenciária Supermax, no Estado do Colorado, a prisão federal mais segura do país, e também teve confiscados 12,7 bilhões de dólares.
O recurso de "El Chapo" se focou em um artigo da publicação Vice News, publicado um dia após o veredito, no qual um jurado não identificado disse que pelo menos cinco colegas do júri haviam seguido a cobertura do julgamento na imprensa, e que então mentiram sobre isso ao juiz do caso.
(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York)