BOGOTÁ (Reuters) - Combates entre três grupos armados por controle de territórios e do tráfico de drogas na região nordeste da Colômbia expõem cerca de 300 mil civis à potenciais violações de direitos, afirmou o grupo Human Rights Watch nesta quinta-feira.
Rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN), dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que se recusaram a se desmobilizar com um acordo de paz, a facção criminosa Los Pelusos estão presentes na região de Catatumbo, próxima à fronteira com a Venezuela, segundo informou o grupo ativista por direitos humanos.
"Em Catatumbo, uma guerra mortal foi iniciada entre grupos armados irregulares. Essa guerra torna a população civil prisioneira, refém", afirmou o diretor da Human Rights Watch Americas José Miguel Vivanco a jornalistas. "São pessoas pobres, de áreas rurais, que não vêem o Estado colombiano há décadas e que estão expostas a graves abusos."
Pessoas que vivem na região, incluindo mais de 25 mil venezuelanos que fugiram da crise política e econômica em seu país de origem, estão sob risco de morte, desaparecimento forçado, violência sexual, recrutamento forçado de menores de idade, exposição a minas terrestres, deslocamento e sequestro, afirmou Vivanco.
Os imigrantes são especialmente vulneráveis, disse Vivanco, acrescentando que algumas crianças venezuelanas estão envolvidas na colheita de coca, ingrediente base da cocaína, enquanto mulheres imigrantes podem ser forçadas a realizarem trabalhos sexuais que pagam tão pouco quanto 2 dólares.