Por Anton Zverev e Sergei Karpukhin
MOSCOU/DONETSK Ucrânia (Reuters) - Um cidadão nativo do leste da Ucrânia substituiu nesta quinta-feira um russo como líder dos separatistas no reduto de Donetsk, em um movimento que visa enfraquecer as acusações ocidentais de que a rebelião está sendo coordenada por Moscou.
Aleksander Borodai, um dos vários cidadãos russos em posições de comando entre os rebeldes pró-Moscou como chefe da autoproclamada "República Popular de Donetsk" (DNR), disse em entrevista coletiva que agora vai atuar como vice do novo líder.
O novo chefe dos rebeldes separatistas, Alexander Zakharchenko, estava sentado à esquerda de Borodai em um salão de conferência no local que era o prédio do governo regional de Donetsk, até virar a sede dos rebeldes.
"Ele é um verdadeiro comandante, uma pessoa inteligente, um grande administrador", disse Borodai sobre Zakharchenko, que usava uma jaqueta camuflada verde.
Um nativo de Donetsk na casa dos 30 anos, Zakharchenko comanda uma unidade rebelde fortemente armada chamada Oplot, que participou de algumas das batalhas mais ferozes e teve início em um clube de artes marciais.
Ele foi um dos primeiros separatistas a ocupar o prédio da administração regional em Donetsk quando multidões pró-Rússia tomaram o local em março, após a destituição do presidente pró-Moscou em Kiev.
"Essa é uma ótima notícia, ele é um lutador experiente e comandante, e não um político", disse um dos combatentes do Vostok, ou Leste, um batalhão rebelde que coopera estreitamente com o Oplot, de Zakharchenko.
A nomeação de um combatente experiente para dirigir a DNR também acontece quando os conflitos se intensificam no leste da Ucrânia, onde as tropas de Kiev prosseguem com uma campanha contra a rebelião pró-Rússia e reconquistaram algum terreno nas últimas semanas.
Os combates se intensificaram após a posse do novo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, pró-Ocidente, em junho, e voltaram a acontecer com frequência depois que um avião de passageiros da Malásia foi abatido sobre território controlado pelos rebeldes em 17 de julho, matando todos as 298 pessoas a bordo.
Moscou nega qualquer ter qualquer envolvimento com a rebelião no leste da Ucrânia.
O Ocidente acusa os rebeldes de terem derrubado o avião de passageiros por engano, com um míssil de fabricação russa. A ONU diz que o conflito já matou mais de 1.100 pessoas.