Por Jack Kim e Kaori Kaneko
SEUL/TÓQUIO (Reuters) - A Coreia do Norte disparou um segundo míssil no Oceano Pacífico que sobrevoou o Japão nesta sexta-feira, disseram autoridades sul-coreanas e japonesas, aprofundando a tensão na esteira do sexto e mais poderoso teste de bomba nuclear de Pyongyang.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve se reunir mais tarde nesta sexta-feira para debater o lançamento a pedido dos Estados Unidos e do Japão, disseram diplomatas.
O míssil sobrevoou Hokkaido, no norte japonês, e caiu no Pacífico cerca de 2 mil quilômetros ao leste, afirmou o secretário-chefe do gabinete japonês, Yoshihide Suga, aos repórteres.
O projétil alcançou uma altitude de cerca de 770 quilômetros e voou durante cerca de 19 minutos sobre aproximadamente 3.700 quilômetros, de acordo com os militares da Coreia do Sul –longe o suficiente para atingir o território norte-americano de Guam, no Pacífico, que Pyongyang já ameaçou.
Em 29 de agosto o regime lançou um míssil balístico de alcance intermediário, o Hwasong-12, que percorreu 2.700 quilômetros sobre o Japão.
"O alcance deste teste foi significativo, já que a Coreia do Norte demonstrou que pode alcançar Guam com este míssil", disse a União de Cientistas Interessados em um comunicado.
Mas o informe também disse que a precisão do míssil, ainda em fase inicial de desenvolvimento, é baixa.
Alertas sobre o míssil foram acionados perto das 7h locais em partes do norte do Japão, e muitos moradores receberam avisos em seus celulares ou viram alertas na televisão aconselhando-os a buscarem refúgio.
O secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, disse que o disparo "obrigou milhões de japoneses a buscarem abrigo", embora os residentes do norte japonês tenham parecido manter a calma e seguir suas rotinas após o segundo lançamento do tipo em menos de um mês.
Pouco após o disparo, os militares norte-americano afirmaram terem detectado um único míssil balístico de alcance intermediário, mas que este não representa uma ameaça à América do Norte ou a Guam, situado a 3.400 quilômetros da Coreia do Norte.
Autoridades dos EUA reafirmaram o compromisso inabalável de Washington com a defesa de seus aliados. O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, pediu "novas medidas" contra os norte-coreanos e disse que as "provocações contínuas só aprofundam o isolamento diplomático e econômico da Coreia do Norte".
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse que um diálogo com o vizinho é impossível neste momento.
(Reportagem adicional de William Mallard, Tim (SA:TIMP3) Kelly e Chehui Peh em Tóquio, Mohammad Zargham, Susan Heavey e David Brunnstrom em Washington e Phil Stewart em Nebraska)