NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou por unanimidade uma resolução para endossar a estratégia internacional para um processo de paz na Síria, em uma rara demonstração de unidade entre as grandes potências sobre um conflito que já matou mais de 250.000 pessoas.
"Este conselho está enviando uma mensagem clara a todos os interessados de que o tempo é agora para parar a matança na Síria e estabelecer as bases para um governo que o povo que sofre há muito tempo naquela terra maltratada possa suportar", afirmou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ao conselho formado por 15 países após a votação.
A resolução veio depois que a Rússia e os Estados Unidos chegaram a um acordo sobre um texto. Os dois países têm apresentado visões bem diferentes sobre o que deve acontecer na Síria, onde militantes do Estado Islâmico controlam considerável porção de território que o Ocidente suspeita que tem sido uma plataforma para ataques contra países ocidentais e a Rússia.
Kerry deixou claro que ainda havia diferenças sobre o futuro do presidente sírio, Bashar al-Assad, um aliado próximo da Rússia e do Irã que os países ocidentais querem deposto.
"Há, obviamente, grandes diferenças na comunidade internacional, especialmente sobre o futuro do presidente Assad", acrescentou Kerry.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse sobre a resolução: "Esta é uma clara resposta às tentativas de impor uma solução do lado de fora aos sírios sobre quaisquer questões, incluindo as que se referem ao seu presidente."
A resolução não aborda a questão do destino de Assad.
O texto pede à ONU para apresentar ao conselho opções para o monitoramento de um cessar-fogo dentro de um mês da adoção da resolução. O documento também dá apoio a um cronograma acordado previamente em Viena para negociações entre o governo e a oposição, e eventuais eleições.
O diálogo entre o governo da Síria e a oposição deve começar em início de janeiro, segundo a resolução, que também apoia a contínua batalha para derrotar os militantes do Estado Islâmico, que controla partes dos territórios de Síria e Iraque.
(Por Arshad Mohammed, Denis Dyomkin e John Irish)