GENEBRA (Reuters) - Os negociadores do governo sírio nas conversas de paz de Genebra estão sob pressão para discutir algo muito fora da sua zona de conforto: o destino do presidente Bashar al-Assad. E eles estão fazendo seu melhor para evitá-lo.
O mediador da ONU Staffan de Mistura descreve a transição política da Síria como "a mãe de todas as questões" e, encorajado pelo reforço da Rússia e Estados Unidos que levou os participantes à mesa de negociações, ele se recusa a deixar o assunto.
Após uma semana de negociações em Genebra, ele elogiou a oposição pela profundidade de suas ideias, mas criticou os diplomatas veteranos do lado do governo.
Argumentos sobre o destino de Assad foram uma das principais causas do fracasso de esforços de paz anteriores da ONU, em 2012 e 2014, para acabar com uma guerra civil que já dura cinco anos, já matou mais de 250.000 pessoas e causou uma crise de refugiados.
A principal oposição, juntamente com os Estados Unidos e outras nações ocidentais, há muito tempo vem insistindo que qualquer acordo de paz deve incluir sua saída do poder, enquanto o governo sírio e a Rússia disseram que não há tal cláusula nos acordos internacionais que subscrevem o processo de paz.
O presidente sírio parecia mais seguro do que nunca no início da última rodada de negociações, depois de uma campanha militar apoiada pela Rússia.
Mas a retirada surpresa da Rússia da maior parte de suas forças durante a semana sinalizou que Moscou espera que os seus aliados sírios levem as conversas de Genebra a sério. E Mistura nomeou um especialista russo para participar das negociações e dar conselhos sobre questões políticas.
(Por Tom Miles e Suleiman Al-Khalidi)