Por Josh Smith e Mariko Katsumura
SEUL/TÓQUIO (Reuters) - A Coreia do Norte testou um míssil balístico intercontinental (ICBM) nesta sexta-feira que autoridades japonesas disseram ter alcance suficiente para atingir o território continental dos Estados Unidos e que caiu a apenas 200 quilômetros de distância Japão.
O lançamento, relatado por autoridades sul-coreanas e japonesas, ocorre um dia após o lançamento de um míssil menor pela Coreia do Norte e seu alerta de respostas militares mais duras ao aumento da presença de segurança regional dos EUA.
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e os líderes do Japão, Coreia do Sul, Canadá, Austrália e Nova Zelândia condenaram o lançamento em uma reunião de emergência convocada à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) nesta sexta-feira.
"Condenamos veementemente essas ações e novamente pedimos à Coreia do Norte que pare com outros atos ilegais e desestabilizadores", disse Kamala Harris durante a reunião, convocada para discutir o lançamento.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, alertou sobre novos lançamentos de mísseis pela Coreia do Norte e um possível teste nuclear, disse o governo japonês em um comunicado.
A vice dos EUA está na Tailândia para a cúpula da Apec, em meio a crescentes tensões geopolíticas sobre a guerra na Ucrânia e outros pontos críticos, como Taiwan e a península coreana.
O lançamento de sexta-feira se soma a um ano recorde para o programa de mísseis da Coreia do Norte, depois que o país retomou os testes de ICBMs pela primeira vez desde 2017 e quebrou sua moratória autoimposta sobre lançamentos de longo alcance enquanto as negociações de desnuclearização ficaram paralisadas.
A intensificação do desenvolvimento e dos teste de mísseis da Coréia do Norte também indica que, apesar de sua extrema pobreza e das sanções da Organização das Nações Unidas (ONU), bem como dos Estados Unidos e de outras nações, ela tem enfrentado poucos obstáculos para obter a tecnologia e os materiais necessários para seu programa de mísseis.