Por David Brunnstrom e Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - A Coreia do Norte pode estar expandindo significativamente sua produção de armas nucleares e pode ter acrescentado seis ou mais armas a seu arsenal nos últimos 18 meses, disse um instituto de pesquisa dos Estados Unidos nesta terça-feira.
O Instituto para a Ciência e a Segurança Internacional, sediado em Washington, estimou no ano passado que Pyongyang tinha entre 10 e 16 armas nucleares no final de 2014. O instituto baseou essa conclusão em uma análise da produção de urânio e plutônio recuperados de combustível nuclear usado e enriquecidos o bastante para serem usados em armamentos.
Em estimativas revisadas de um relatório disponibilizado à Reuters, David Albright e Serena Kelleher-Vergantini disseram que a Coreia do Norte pode ter fabricado entre quatro e seis armas a mais desde então, elevando o total atual de 13 para 21 artefatos ou mais.
O relatório afirmou que a estimativa entre 13 e 21 não levou em conta a possível produção de mais urânio altamente enriquecido em uma segunda centrífuga que se acredita existir no país.
"Entretanto, este exercício, apesar de não ser abrangente, mostra que a Coreia do Norte pode estar intensificando significativamente sua capacidade de produção de armas nucleares", diz o documento, acrescentando que a maior parte do aumento pode ser atribuída à geração de urânio rico o suficiente para uso bélico.
O relatório veio à tona uma semana depois de uma autoridade de alto escalão do Departamento de Estado dos EUA ter dito à Reuters que os norte-coreanos retomaram a produção de combustível nuclear feito de plutônio, indicando que a nação comunista planeja levar adiante seu programa de armas atômicas em desafio a sanções internacionais adotadas após o quarto teste nuclear de Pyongyang em janeiro.
O plutônio também pode ser empregado em armas nucleares.
O estudo do instituto afirma que o grupo confirmou de forma independente a atividade dentro do laboratório radioquímico das instalações nucleares norte-coreanas de Yongbyon.
O documento disse que imagens de satélites comerciais de 8 de junho não mostram sinais diretos, mas que notou "assinaturas indiretas associadas com a divisão do plutônio" no local.
A análise também observou sinais de atividade externa em um local que o instituto identificou como uma possível instalação de separação de isótopos que podem ser usados para produzir trítio para armas termonucleares que a Coreia do Norte disse que pretender desenvolver.