SEUL (Reuters) - Autoridades da Coreia do Sul estavam se apressando nesta segunda-feira para conter um novo surto de coronavírus que ameaça se espalhar pela capital densamente povoada de Seul, levando o país a repensar seu plano de reabrir as escolas.
Autoridades relataram 35 infecções novas em toda a nação até a meia-noite de domingo, o segundo dia consecutivo de casos novos desta magnitude e os maiores números em mais de um mês, o que aumenta o temor de que o país esteja entrando em uma segunda onda do surto.
Os 69 casos relatados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia (KCDC) nas últimas 48 horas equivaleram ao número de casos que este registrou durante toda a semana anterior.
A maioria dos casos novos está ligada a um surto em vários clubes noturnos e bares de Seul. As autoridades examinaram quatro mil pessoas que frequentaram estes locais, mas ainda tentam rastrear cerca de três mil outras.
"Nossa maior prioridade é minimizar a disseminação de infecções na área da Grande Seul", disse o primeiro-ministro, Chung Sye-kyun, em uma reunião com autoridades do governo nesta segunda-feira.
Chung pediu que governos locais mobilizem tanto pessoal quanto estiver disponível e que trabalhem com a polícia para rastrear os clientes desaparecidos, alguns dos quais as autoridades suspeitam estarem evitando ser examinados intencionalmente.
"Deveríamos encontrá-los e examiná-los rapidamente, a velocidade é essencial", disse.
A disparada de casos surge no momento em que o governo sul-coreano estava amenizando algumas restrições ao distanciamento social e ensaiando reabrir escolas e negócios, uma transição do distanciamento social intenso para um "distanciamento na vida cotidiana".
O superintendente de Educação de Seul propôs adiar a reabertura das escolas, programada para começar na quarta-feira, em uma semana devido ao novo surto, relatou a agência de notícias Yonhap.
O prefeito de Seul, Park Won-soon, rogou aos frequentadores de clubes que se deixem examinar, alertando que pessoas flagradas evitando exames podem ser multadas.
"Se Seul for penetrada, a nação está em risco", disse, observando que atualmente a cidade tem menos de 700 dos 10.909 casos do país, que incluem 256 mortes.
Em um pronunciamento à nação no domingo, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, alertou que "isto não acabou até que acabe", acrescentando que o novo foco mostra que o vírus pode se disseminar amplamente a qualquer momento.
(Por Hyonhee Shin e Josh Smith)