Por Joyce Lee e Hyonhee Shin
SEUL (Reuters) - O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, disse nesta quinta-feira que um acordo firmado em 2015 com o Japão a respeito das"mulheres de consolo" sul-coreanas, forçadas a trabalhar nos bordéis japoneses nos tempos de guerra, tem falhas graves depois de o Japão dizer que qualquer tentativa de revisá-lo poderia prejudicar as relações.
Uma comissão sul-coreana criada para investigar o acordo concluiu na quarta-feira que ele não atendeu as necessidades das milhares de meninas e mulheres, muitas delas coreanas, obrigadas a trabalhar em bordéis militares japoneses, chamadas eufemisticamente de "mulheres de consolo" no Japão.
O anúncio colocou as relações em dúvida no momento em que os dois países, aliados importantes dos Estados Unidos, tentam conter os programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte.
"O acordo não soluciona a questão das mulheres de consolo", disse Moon, qualificando o pacto como "um acordo político que exclui as vítimas e o público" e viola princípios gerais da sociedade internacional, de acordo com um comunicado emitido por seu gabinete.
Uma porta-voz do Ministério de Relações Exteriores japonês disse que seu país comunicou sua posição à Coreia do Sul por meio de canais diplomáticos depois das declarações de Moon, reiterando o comentário feito pelo chanceler Taro Kono na quarta-feira de que qualquer tentativa de alterar o pacto seria "inaceitável" e tornaria as relações "inadministráveis".
A agência de notícias japonesa Kyodo citou uma fonte não identificada do governo de Tóquio segundo a qual agora se tornou difícil para o primeiro-ministro Shinzo Abe visitar a Coreia do Sul a tempo para a Olimpíada de Inverno de Pyeongchang em fevereiro, um possível sinal do esfriamento da relação.