Por Jack Kim e Ju-min Park
SEUL (Reuters) - A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, exigiu nesta segunda-feira que a Coreia do Norte se desculpe pelas explosões de minas terrestres recentes, em meio à maratona de conversas entre os dois países rivais para aliviar as tensões que voltaram a deixar a península coreana à beira de um conflito armado.
Park disse que as transmissões de propaganda contra o Norte prosseguirão, a menos que o governo norte-coreano assuma a responsabilidade pela explosão de minas terrestres no início deste mês que feriram dois soldados sul-coreanos na Zona Desmilitarizada (DMZ) na fronteira entre os dois países.
A Coreia do Norte nega ter lançado os explosivos. Os dois países permanecem tecnicamente em estado de guerra desde a Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou apenas com uma trégua, e sem a assinatura de um tratado de paz.
As explosões de minas terrestres se transformaram em uma crise que levou os dois lados a trocar fogo de artilharia na quinta-feira e se colocarem em prontidão militar. A Organização das Nações Unidas (ONU), os Estados Unidos e o único grande aliado da Coreia do Norte, a China, pediram calma.
Embora a Coreia do Norte frequentemente faça ameaças, o que leva o Sul a endurecer seu discurso, os dois lados sempre param antes de chegar ao limiar da guerra, apesar de dezenas de soldados terem sido mortos ao longo dos anos. Analistas esperam que a atual tensão também diminua.
"Precisamos de um pedido de desculpas e de medidas claras para evitar a repetição dessas provocações e situações tensas", disse Park em uma reunião com seus principais assessores, de acordo com um comunicado divulgado por seu gabinete.
"Caso contrário, este governo vai tomar as medidas adequadas e continuar com as transmissões por alto-falantes."
Seul e Washington estavam analisando a possibilidade de trazer recursos militares "estratégicos" dos EUA, disse o porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Kim Min-seok, sem dar mais detalhes.
Dois anos atrás, a Coreia do Norte ameaçou iniciar uma ação militar em resposta a exercícios anuais realizados por forças norte-americanas e sul-coreanos, levando a um impasse durante o qual bombardeiros dos EUA sobrevoaram a Coreia do Sul e um porta-aviões foi enviado para a área.
A Coreia do Norte deslocou o dobro de sua artilharia habitual na fronteira e mantém agora cerca de 50 submarinos fora da base, disse o Ministério da Defesa do Sul.