Por Hyonhee Shin
SEUL (Reuters) - O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, solicitou o envio de especialistas sul-coreanos para monitorar a liberação planejada de água da usina nuclear de Fukushima, atingida por um tsunami no Japão, durante uma reunião nesta quarta-feira com o primeiro-ministro japonês, informou o gabinete de Yoon.
Os dois líderes tiveram uma reunião à margem da cúpula da Otan na Lituânia, durante a qual também condenaram o lançamento pela Coreia do Norte de um míssil balístico intercontinental como uma provocação grave que aumenta a tensão.
Yoon tem pressionado para reparar os laços tensos com Tóquio após anos de disputas sobre questões históricas que têm minado a cooperação entre os principais aliados dos Estados Unidos na Ásia, apesar das crescentes ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.
As discussões ocorreram em meio ao plano do Japão de começar a liberar em breve mais de um milhão de toneladas de água radioativa tratada, o que gerou preocupações de saúde entre alguns sul-coreanos de que a água poderia chegar ao seu país, potencialmente contaminando frutos do mar.
Embora expressando respeito pela recente aprovação da agência de vigilância nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) para a liberação da água, Yoon solicitou o envio de especialistas sul-coreanos e o compartilhamento em tempo real de dados de monitoramento para verificar se o processo foi realizado conforme planejado.
“Ele enfatizou que a saúde pública e a segurança devem ser consideradas como prioridade máxima”, disse o gabinete de Yoon em um comunicado.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, prometeu compartilhar informações de monitoramento "de maneira rápida e altamente transparente" e interromper a descarga de água imediatamente se seus níveis radioativos excederem os padrões de segurança, segundo o gabinete de Yoon.
O Ministério das Relações Exteriores do Japão também disse que Kishida prometeu a Yoon garantir o compartilhamento rápido e transparente dos dados de monitoramento, acrescentando que a liberação será constantemente supervisionada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).