Por Ju-min Park e Jack Kim
SEUL (Reuters) - A Coreia do Sul suspendeu nesta quarta-feira as operações em um parque industrial conjunto localizado pouco depois da fronteira com a Coreia do Norte após o lançamento de um foguete de longo alcance de Pyongyang no último final de semana, cortando assim uma importante fonte de renda do empobrecido vizinho do norte.
A decisão de interromper os trabalhos no Complexo Industrial de Kaesong põe fim à única forma significativa de interação diária na divisa altamente militarizada das duas nações.
A Coreia do Norte colocou em órbita o que afirma ser um satélite de observação no domingo, embora os Estados Unidos e Seul vejam o lançamento como um teste de míssil balístico, o que viola resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
A Coreia do Sul tem 124 empresas no Complexo de Kaesong, a maioria de pequeno e médio portes, e até agosto passado empregava 54.700 trabalhadores norte-coreanos. Os salários destes empregados são pagos a uma agência estatal de seu país.
A suspensão das atividades ocorre no momento em que os EUA e a Coreia do Sul pressionam por sanções mais duras da ONU contra o norte em reação ao lançamento recente e à realização de seu quarto teste nuclear no dia 6 de janeiro.
O ministro da Unificação da Coreia do Sul, Hong Yong-pyo, disse à imprensa que se desconfia que Pyongyang utilize fundos de Kaesong em seus programas de armas nucleares e de mísseis de longo alcance, e a interrupção das operações almeja frear essa transferência de recursos.
"Não conseguiremos interromper os programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte nos atendo ao mesmo tipo de reação que temos adotando todo esse tempo", afirmou Hong em um boletim.
O complexo de Kaesong começou a funcionar em 2005 e era a última área de cooperação entre as nações rivais desde sua primeira cúpula de 2000, que deu início a um período de descongelamento nos laços políticos e comerciais. O parque industrial gerou receitas de 110 milhões de dólares para os norte-coreanos no ano passado, disse Hong.
Não houve reação imediata da mídia estatal da Coreia do Norte à decisão de seu vizinho de península.