Por Heekyong Yang e Ju-min Park
SEUL (Reuters) - Uma telão gigante instalado na capital e a suspensão das aulas para que estudantes acompanhem a cobertura ao vivo da televisão são alguns dos sinais de que grande parte da Coreia do Sul deve parar nesta sexta-feira para ver a história acontecer -- mais exatamente, a primeira vez em que um líder norte-coreano cruzará a fronteira para uma visita.
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, receberá Kim Jong Un quando este cruzar a linha de demarcação militar entre os dois vizinhos, ainda tecnicamente em conflito porque a Guerra da Coreia (1950-53) terminou com uma trégua, não um tratado de paz.
"É um momento importante de nossa história e uma ótima chance de sentir a história", disse Park Sung-il, vice-diretor da Escola Primária Baekun de Gwangju, cidade do sul da Coreia do Sul, que deixará os alunos assistirem tudo pela televisão.
"Nossas crianças poderão aprender sobre a unificação ao vivo vendo os líderes sul e norte-coreano trocando um aperto de mão em tempo real".
Será a terceira ocasião em que os líderes se reunirão, mas as cúpulas anteriores realizadas em Pyongyang, a capital da Coreia do Norte, não foram transmitidas ao vivo.
"Existe uma sensação de empolgação em Seul, quase todo mundo está se preparando para uma comemoração na sexta-feira", disse Victor Cha, especialista em Coreia que visitava Seul nesta semana.
Se a cúpula correr bem, "talvez as pessoas em Washington possam ficar mais esperançosas" de que o encontro de Kim com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, esperado para maio ou junho, correrá bem, acrescentou.
Os líderes das duas Coreias se encontrarão em Panmunjom, vilarejo fronteiriço sul-coreano que é o único local ao longo da divisa altamente fortificado no qual os soldados se posicionam de frente uns para os outros.
Em Seul, um telão transmitirá o evento diante da prefeitura. A praça foi decorada com flores arranjadas no formato da península coreana para "criar um ambiente propício", disse uma autoridade municipal.
Em Gwangju, um cinema está liberando a entrada para quem quiser assistir a transmissão em sua tela.
"Pense na guarde de honra sul-coreana escoltando o líder de nosso Estado inimigo", disse Lee Shin, chefe de um grupo de pesquisa sobre reunificação da cidade. "Este é um momento muito significativo de nossa história".