Por Ju-min Park
SEUL (Reuters) - As famílias separadas seis décadas atrás pela Guerra da Coreia vão se reunir em outubro perto da fronteira fortificada entre Coreia do Norte e Coreia do Sul, como parte de um acordo alcançado entre os dois lados nesta terça-feira, informou um comunicado sul-coreano.
O acordo para realizar as reuniões, que seriam as primeiras desde que 70 famílias se abraçaram em cenas emotivas em fevereiro do ano passado, ocorreu depois de uma negociação para o fim de um confronto armado recente na área da fronteira.
"O Sul e o Norte compartilham a visão de que vamos trabalhar para resolver fundamentalmente as questões humanitárias", disse o Ministério da Unificação da Coreia do Sul, citando o acordo fechado após quase 24 horas de negociações entre funcionários da Cruz Vermelha de ambos os lados na vila de Panmunjom, na fronteira.
Os encontros serão realizados entre 20 e 26 de outubro no resort de Monte Kumgang, no lado norte da fronteira, mesmo local de reuniões anteriores, com 100 participantes de cada país.
Cerca de 130 mil sul-coreanos que procuram membros da família na Coreia do Norte estão registrados no governo em Seul desde 1988, mas apenas cerca de 66.000 ainda estão vivos, com 70 anos ou mais, de acordo com dados do Ministério da Unificação.
Críticos dizem que o programa da reunião funciona muito lentamente e envolve poucas famílias. Muitos idosos de ambos os lados morrem antes de que possam se reencontrar com os familiares. A Coreia do Sul busca as reuniões como uma prioridade, mas o Norte tem sido relutante.
O acordo de terça-feira pediu mais conversações para pavimentar o caminho para outras reuniões, além daqueles agendada para o próximo mês.
A Coreia do Norte e a do Sul permaneceram tecnicamente em estado de guerra desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com uma trégua, em vez de um tratado de paz.