Por Marc Frank
HAVANA (Reuters) - O primeiro navio de cruzeiro dos Estados Unidos a chegar a Cuba em décadas recebeu uma acolhida calorosa nesta segunda-feira em Havana, onde moradores da cidade colonial se reuniram à beira-mar enquanto centenas de norte-americanos acenavam do convés da embarcação.
A chegada do cruzeiro foi mais um acontecimento inédito para os dois países desde que o presidente dos EUA, Barack Obama, e seu colega cubano, Raúl Castro, anunciaram uma reaproximação histórica em dezembro de 2014, e ocorre semanas depois de Obama visitar a ilha caribenha.
O navio Adonia, um barco pequeno com capacidade para 700 passageiros que faz parte da frota da Carnival Corp (LON:CCL), entrou no canal que leva à Baía de Havana de manhã sob um céu de brigadeiro e atracou na capital que Obama e sua esposa conheceram recentemente.
Uma lei cubana que proíbe que cidadãos cubanos de entrar no país por mar quase atrasou o cruzeiro, mas foi suspensa pelas autoridades locais pouco mais de uma semana atrás.
Obama fez da guinada radical da política de seu país para Cuba uma parte importante de seu legado na Presidência. As duas nações vizinhas restabeleceram relações diplomáticas um ano atrás e assinaram acordos em temas de interesse mútuo, como meio ambiente, serviços postais e voos diretos.
Há conversas em andamento a respeito de assuntos que vinham afastando os dois países, que vão do retorno de fugitivos a indenizações por causa dos danos causados pelo embargo dos EUA e a devolução da base naval de Guantánamo.
Obama exortou o Congresso dos EUA, liderado pelos republicanos, a anular o embargo ao comércio e às viagens, mas sem sucesso, o que o levou a recorrer a seus poderes executivos para driblar as restrições.
Os dois lados parecem determinados a fazer novos progressos no tema das viagens antes de Obama deixar o cargo em janeiro de 2017.
"Cruzeiros programados regularmente são a terceira face dos esforços de terra, mar e ar do governo Obama para cimentar suas mudanças de políticas. O objetivo é tornar as iniciativas grandes e profundas para que sejam mais difíceis de desfazer", disse John Kavulich, presidente do Conselho Comercial e Econômico EUA-Cuba, que tem sede em Nova York.