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Cuba e EUA discutem por conta de resolução da ONU pedindo fim de embargo

Publicado 03.11.2022, 20:29
Atualizado 03.11.2022, 20:30
© Reuters. Audiência pública contra o embargo comercial dos EUA sobre Cuba na Assembleia Nacional de Havana. 27 outubro, 2022.REUTERS/Alexandre Meneghini

HAVANA (Reuters) - O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, votou nesta quinta-feira contra uma resolução da Assembleia Geral da ONU pedindo o fim do embargo econômico dos EUA a Cuba, deixando as relações geladas entre os dois rivais de longa data.

A resolução não vinculante foi aprovada por 185 países e contestada apenas pelos Estados Unidos e Israel, com abstenção de Brasil e Ucrânia. Foi a 30ª vez que as Nações Unidas votaram pelo fim do embargo.

Biden aliviou algumas sanções à ilha de governo comunista, implementadas por seu antecessor, Donald Trump, afrouxando as duras restrições dos EUA sobre remessas, voos, turismo e migração.

Mas o coordenador político dos EUA, John Kelley, disse à Assembleia Geral da ONU na quinta-feira que os Estados Unidos responsabilizarão o governo cubano por supostas violações de direitos humanos após protestos generalizados na ilha em julho de 2021.

"Os Estados Unidos se opõem a esta resolução, mas estamos com o povo cubano e continuaremos buscando maneiras de fornecer apoio significativo a eles", disse Kelley.

"Juntamo-nos aos parceiros internacionais para instar o governo cubano a libertar os presos políticos imediata e incondicionalmente e proteger as liberdades de expressão e reunião pacífica de todos os indivíduos em Cuba".

O representante de Cuba nas Nações Unidas, Yuri Gala, reagiu durante a sessão da ONU em Nova York, chamando de falsas as alegações dos EUA de violações de direitos.

"Cuba não precisa de lições sobre democracia e direitos humanos, muito menos dos Estados Unidos", disse Gala.

© Reuters. Audiência pública contra o embargo comercial dos EUA sobre Cuba na Assembleia Nacional de Havana. 27 outubro, 2022.REUTERS/Alexandre Meneghini

"Se o governo dos Estados Unidos estivesse realmente interessado no bem-estar, nos direitos humanos e na autodeterminação dos cubanos, poderia suspender o bloqueio."

O embargo comercial foi implementado após a revolução de Fidel Castro em 1959 e permaneceu praticamente inalterado, embora alguns elementos tenham sido endurecidos por Trump. A teia de leis e regulamentos dos EUA complica as transações financeiras e a aquisição de bens e serviços pelo governo cubano. 

(Reportagem de Dave Sherwood e Nelson Acosta) 

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