Lula ganha em todos os cenários de 1º e 2º turnos, diz AtlasIntel
Por Tom Balmforth e Steve Holland
(Reuters) - Uma cúpula planejada entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, foi suspensa nesta terça-feira, já que a rejeição de Moscou a um cessar-fogo imediato na Ucrânia lançou uma nuvem sobre as tentativas de negociação.
Um integrante sênior da Casa Branca disse à Reuters que "não há planos para que o presidente Trump se reúna com o presidente Putin no futuro imediato", depois que o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, tiveram uma "ligação produtiva", mas optaram por não realizar uma reunião presencial.
Trump havia anunciado na semana passada que ele e Putin se reuniriam em breve na Hungria para tentar pôr fim à guerra na Ucrânia. Mas Putin não está disposto a fazer concessões. Moscou há muito tempo exige que a Ucrânia concorde em ceder mais território antes de qualquer cessar-fogo.
Trump, questionado por repórteres sobre a perspectiva de uma cúpula, disse que não queria ter uma "reunião desperdiçada", mas sugeriu que poderia haver novos desdobramentos e que "nós o notificaremos nos próximos dois dias" sobre eles.
Kirill Dmitriev, enviado de investimentos de Putin, disse em uma postagem na mídia social que "os preparativos continuam" para uma cúpula.
A Rússia reiterou seus termos de longa data para um acordo de paz em um comunicado privado conhecido como "non paper" que enviou aos EUA no último fim de semana, de acordo com duas autoridades norte-americanas e duas pessoas familiarizadas com a situação.
O comunicado reafirmou a exigência da Rússia de controle total da região oriental de Donbas, há muito disputada, de acordo com uma autoridade, rejeitando efetivamente o pedido de Trump para que o cessar-fogo começasse com o congelamento das linhas de frente em seus locais atuais.
A Rússia controla toda a província de Luhansk e cerca de 75% da vizinha Donetsk, que juntas formam a região de Donbas.
Líderes europeus pediram a Washington, nesta terça-feira, que se mantenha firme na exigência de um cessar-fogo imediato na Ucrânia, com as linhas de batalha atuais servindo como base para quaisquer negociações futuras.
A Otan disse que o secretário-geral Mark Rutte viajou para Washington nesta terça-feira para conversas com Trump que, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto, ocorreriam na quarta-feira.
Uma autoridade ocidental, falando sob condição de anonimato, disse que Rutte planejava apresentar a Trump os pontos de vista europeus sobre um cessar-fogo e quaisquer negociações de paz subsequentes.
Trump, que na semana passada falou por telefone com Putin e se reuniu com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, esperava outra sessão de alto nível com o líder russo depois que a cúpula de agosto no Alasca não conseguiu avançar nas negociações.
Mas os dois lados adiaram uma reunião preparatória entre Rubio e Lavrov, que estava prevista para ocorrer em Budapeste na quinta-feira.
Lavrov e Rubio conversaram por telefone na segunda-feira. Lavrov disse que o local e o momento da próxima cúpula Trump-Putin eram menos importantes do que a substância da implementação dos entendimentos alcançados no Alasca.
O Kremlin disse que não havia uma data clara e que era necessária uma "preparação séria" para uma cúpula, o que pode levar tempo.
"Ouça, temos um entendimento entre os presidentes, mas não podemos adiar o que não foi finalizado", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "Nem o presidente Trump nem o presidente Putin deram datas exatas."
Perguntado se Moscou tinha um entendimento de uma possível data para a cúpula, Peskov disse: "Não, não há entendimento".
"ACHO QUE OS RUSSOS QUERIAM DEMAIS"
Nenhum dos lados abandonou publicamente os planos de Trump de se encontrar com Putin.
O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, esteve em Washington nesta terça-feira, onde postou no Facebook: "Temos alguns dias sérios pela frente".
Mas dois diplomatas europeus de alto escalão disseram que o adiamento da reunião entre Rubio e Lavrov foi um sinal de que os norte-americanos estariam relutantes em levar adiante uma cúpula entre Trump e Putin, a menos que Moscou ceda às suas exigências.
"Acho que os russos queriam demais e ficou evidente para os norte-americanos que não haverá acordo para Trump em Budapeste", disse um deles.
Os russos "não mudaram em nada sua posição e não estão concordando em ’parar onde estão’", disse o segundo diplomata. "E presumo que Lavrov tenha dado o mesmo discurso, e Rubio disse: ’Até logo’".
(Reportagem de Steve Holland, Tom Balmforth, Gram Slatterly, Jonathan Landay, Humeyra Pamuk, John O’Donnell)