BEIRUTE (Reuters) - Combatentes curdos sírios conseguiram deter o avanço de rebeldes do Estado Islâmico ao leste de uma cidade perto da fronteira da Turquia, disse um porta-voz de um grupo armado curdo.
"Duros confrontos ainda estão em andamento, mas o avanço do EIIL (Estado Islâmico) ao leste de Kobani foi interrompido desde a noite passada", disse Redur Xelil, porta-voz do principal grupo armado curdo, o YPG, via Skype.
Segundo ele, a frente oriental foi palco da mais dura batalha na ofensiva lançada pelo Estado Islâmico na terça-feira passada sobre Kobani, conhecida em árabe como Ayn al-Arab. Mais de 100 mil curdos sírios, motivados por medo do Estado Islâmico, fugiram por conta do avanço do grupo extremista, e dezenas de milhares cruzaram a fronteira para dentro da vizinha Turquia.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, que monitora a violência na guerra síria, disse que combatentes do Estado Islâmico não tiveram avanço significativo nas últimas 24 horas.
A ofensiva é a segunda tentativa do Estado Islâmico de tomar Kobani desde junho, quando o grupo lançou uma ofensiva relâmpago no Iraque, tomando a cidade de Mossul e se apoderando de armamentos iraquianos, incluindo equipamentos fabricados nos EUA, os quais os curdos sírios dizem estar sendo utilizados contra eles agora.
O ataque anterior contra Kobani, em julho, foi repelido com a ajuda de curdos que cruzaram a fronteira, vindos da Turquia. Xelil disse que centenas haviam vindo do país vizinho novamente para ajudar a combater a atual ofensiva.
"Não houve reforços além de alguns jovens curdos da Turquia", disse ele.
Os EUA lançaram ataques aéreos contra o Estado Islâmico no Iraque e disseram que não hesitarão em atacar novamente o grupo na Síria, mas quer que seus aliados também entrem nessa campanha.
A Organização das Nações Unidas informou no domingo que o número de curdos sírios que havia ido para a Turquia pode ter superado 100 mil, e deveria ficar ainda maior. De acordo com dados do governo turco divulgados nesta segunda-feira, mais de 130 mil curdos sírios entraram no país.
"Ainda há confrontos no oeste e no sul de Kobani, mas não da mesma intensidade do que no leste", disse Xelil.
Rami Abdulrahman, que dirige o Observatório, disse que o Estado Islâmico "não teve progresso significativo" nas últimas 24 horas.
(Por Tom Perry)