Por Maher Chmaytelli e Hesham Hajali
BAGDÁ/CAIRO (Reuters) - Autoridades curdas do Iraque propuseram nesta quarta-feira suspender uma iniciativa de independência, intensificando os esforços para resolver uma crise no relacionamento com o governo iraquiano por meio do diálogo, e não pela via militar.
Mas um porta-voz dos militares iraquianos insinuou que uma ofensiva iniciada para retomar territórios depois que os curdos votaram majoritariamente a favor da independência em um referendo contestado de setembro continuará mesmo assim.
O governo do Iraque alterou o equilíbrio de poder no norte do país desde que iniciou uma campanha na semana passada para reconquistar territórios dos curdos, que governam uma região autônoma de três províncias no norte.
"A luta entre os dois lados não produzirá uma vitória para nenhum deles, ela levará o país à destruição total", disse o governo regional do Curdistão em comunicado.
O governo curdo propôs um cessar-fogo imediato, a suspensão do resultado do referendo e "iniciar um diálogo aberto com o governo federal baseado na Constituição iraquiana".
Bagdá declarou o referendo ilegal e reagiu reconquistando a cidade de Kirkuk, as áreas de produção petrolífera ao redor e outros territórios que os curdos haviam capturado do Estado Islâmico.
Em um comentário breve publicado em uma rede social dando a entender que a campanha prosseguirá, um porta-voz dos militares disse: "Operações militares não têm conexão com a política".