Por Ahmed Aboulenein
CAIRO (Reuters) - Investigadores conseguiram baixar as informações do gravador de dados de voo de uma das caixas-pretas do voo MS804 da EgyptAir e se preparam para analisá-los, o que pode fazer com que cheguem mais perto de descobrir o que causou a queda do avião, informou o comitê de investigação egípcio na quarta-feira.
O Airbus A320 da empresa aérea egípcia caiu no leste do Mar Mediterrâneo quando voava de Paris ao Cairo no dia 19 de maio, matando todas as 66 pessoas a bordo. A causa da queda continua desconhecida.
"Informações preliminares mostram que o voo todo está registrado no gravador de dados de voo (FDR, na sigla em inglês) desde a decolagem no aeroporto Charles de Gaulle até a gravação parar a uma altitude de 37 mil pés onde o acidente ocorreu", disse o comitê de Investigação de Acidentes de Avião egípcio em um comunicado.
Equipes de busca recuperaram as duas caixas-pretas. Os investigadores agora se preparam para estudar os dados do gravadores de voo.
"Os dados gravados estão mostrando consistência com mensagens do Sistema de Relato e Endereçamento de Comunicações Aéreas (Acars, na sigla em inglês) sobre fumaça no lavatório e nos sistemas de voo", que baixam dados de manutenção e falhas para a operadora aérea rotineiramente.
A aeronave emitiu uma série de alertas indicando a detecção de fumaça a bordo graças ao Acars.
Os destroços recuperados da seção frontal do avião revelaram sinais de danos causados por temperaturas altas e fuligem, disse o comitê. Estes foram os primeiros sinais físicos de que um incêndio pode ter irrompido no avião, além das mensagens de manutenção apontando alarmes de fumaça no lavatório e nos sistemas de voo.
Mas o comitê disse que estas descobertas vão precisar de mais análises para se descobrir a fonte e a razão dos alertas.
A segunda caixa-preta, o gravador de voz da cabine, ainda está sendo consertado nos laboratórios do órgão de investigações para segurança da aviação civil da França (BEA, na sigla em francês), para onde os cartões de memória dos dois gravadores foram enviados depois que os dispositivos foram recuperados no Mediterrâneo no início deste mês.
O BEA está envolvido na investigação porque a França era o ponto de origem do voo e a sede da Airbus, que fabrica o avião. Quinze dos mortos eram franceses.
O Conselho Nacional de Segurança dos Transportes dos Estados Unidos também participa do inquérito, já que os motores da aeronave foram fabricados por um consórcio liderado pela empresa norte-americana Pratt & Whitney.