RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, garantiu nesta quinta-feira que não deixará os cargos que ocupa em comitês da Fifa e da Conmebol , apesar de rumores sobre a sua saída em meio a investigações de irregularidades no mundo do futebol, que levaram à prisão de seu antecessor na CBF, José Maria Marin.
Del Nero tem se ausentado das reuniões das duas entidades. Ele estaria evitando viagens ao exterior após a prisão de Marin na Suíça como parte de uma investigação de autoridades dos Estados Unidos sobre irregularidades no futebol. Marin pode ser extraditado aos EUA.
"Não tem nada disso. Nada muda. Não vou sair", disse o dirigente a um pequeno grupo de jornalistas, após a convocação do técnico Dunga para os jogos contra Argentina e Peru, pelas Eliminatórias, no mês de novembro. Na entrevista coletiva após o anúncio dos convocados, Del Nero se recusou a comentar as notícias de que deixaria os cargos na Fifa e na Conmebol.
Em ritmo apressado para se livrar do cerca de três jornalistas que o aguardavam do lado de fora da sala onde foi realizada a entrevista de Dunga, Del Nero se recusou a parar para conversar com a imprensa, e apenas repetiu a resposta de que nada mudaria.
Ao ser questionado por um jornalista se viajaria para a Argentina para acompanhar a seleção pela terceira rodada das eliminatórias, Del Nero brincou: " Eu vou sim, e vou te levar".
Nesta semana, a Fifa anunciou que o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, Franz Beckenbauer, um dos maiores astros do futebol alemão, e o vice-presidente da Fifa Angel Maria Villar, além de outros ex-membros do Comitê Executivo da Fifa, estão entre os investigados pelo Comitê de Ética da entidade.
Em entrevista à Reuters nesta semana, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, declarou que Del Nero não deixará os comitês da Fifa e da Conmebol e acrescentou que o dirigente será representado nas reuniões desses órgãos pelo vice-presidente da CBF Fernando Sarney e pelo presidente da Federação Paulista de Futebol e diretor da CBF, Reinaldo Bastos.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)