(Reuters) - O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, pediu nova licença do cargo nesta quinta-feira, apenas dois dias após ter reassumido a posição, e indicou como interino o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima, seu aliado e primeiro na linha sucessória da confederação.
Indiciado pela Justiça norte-americana em 3 dezembro por suspeita de envolvimento em um esquema de recebimento de propina em negociações para venda de direitos de marketing de torneios de futebol, Del Nero havia retornado ao cargo na terça-feira após ter se afastado no dia do anúncio do indiciamento nos Estados Unidos.
O novo pedido de licença após retorno relâmpago permitiu ao dirigente colocar como interino seu aliado Nunes, que foi eleito um dos vices da CBF durante o primeiro período de licença de Del Nero. Nesse período, ficou como interino o vice Marcus Antônio Vicente.
Por ser o vice mais velho da entidade, Nunes agora ocupa o primeiro lugar na linha sucessória da entidade passando à frente do também vice-presidente Delfim Peixoto, que faz oposição a Del Nero.
A nova licença do presidente da CBF tem período de 150 dias a partir de 8 de janeiro, e tem como justificativa "motivo de ordem pessoal", segundo documento assinado pelo dirigente publicado no site da CBF.
Além da investigação das autoridades norte-americanas, Del Nero é alvo de um procedimento aberto contra ele pelo comitê de ética da Fifa, que investiga uma série de irregularidades dentro da entidade máxima do futebol mundial.
Del Nero nega as acusações de irregularidades.
O dirigente assumiu a presidência da CBF em abril de 2015 no lugar de José Maria Marin, que foi preso na Suíça em maio do ano passado e atualmente cumpre prisão domiciliar nos EUA devido a acusações semelhantes de envolvimento em esquema de propina envolvendo a Fifa.
O também ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira é mais um entre as 41 pessoas e entidades indiciadas pelas autoridades norte-americanas por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)