Por Karen Freifeld e Sarah N. Lynch
CENTRAL ISLIP, Nova York (Reuters) - O deputado federal dos Estados Unidos George Santos, filho de brasileiros, prometeu nesta quarta-feira combater as acusações de fraude, lavagem de dinheiro e roubo de recursos públicos no mais recente revés a atingir o republicano recém-eleito, que resistiu a pedidos de renúncia por mentir sobre seu currículo.
"É uma caça às bruxas", disse Santos pouco depois de comparecer ao tribunal em Central Islip, Nova York, para enfrentar as acusações federais, repetindo uma afirmação frequentemente feita pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump. "Vou lutar minha batalha. Vou entregar. Vou lutar contra a caça às bruxas. Vou cuidar de limpar meu nome e estou ansioso para fazer isso."
O indiciamento por 13 alegações acusa Santos, de 34 anos, de fraudar possíveis apoiadores políticos ao lavar recursos para pagar por suas despesas pessoais e receber subsídios de desemprego ilegalmente enquanto estava empregado.
Ele também é acusado de fazer declarações falsas à Câmara dos Deputados sobre seus bens, receitas e dívidas.
Líderes republicanos da Câmara, que controlam a Casa por uma estreita margem de 222 a 213, disseram que aguardarão o desenrolar do processo legal antes de tomar novas medidas em relação a Santos, que se declarou inocente.
Santos foi liberado sob fiança de 500 mil dólares e deverá comparecer ao tribunal para sua próxima audiência em 30 de junho. Isso significa que ele pode voltar para Washington e votar no Congresso. Como condição de sua liberdade, ele concordou em entregar seu passaporte e limitar suas viagens.
Os promotores federais disseram ter evidências de um padrão amplo de comportamento fraudulento.
"Tomadas em conjunto, as alegações no indiciamento acusam Santos de contar com repetidas desonestidades e fraudes para subir aos salões do Congresso e enriquecer", disse Breon Peace, procurador do Distrito Leste de Nova York, em um comunicado.
Santos disse que não tem a intenção de renunciar e se candidatará à reeleição em 2024.
Pouco depois da eleição de Santos em 2022 para representar uma área rica de Long Island, em Nova York, o New York Times e outros meios de comunicação revelaram que ele havia inventado quase todos os aspectos de sua história pessoal e profissional.
Desde então, ele admitiu ter fabricado grande parte de seu currículo.
(Reportagem de Karen Freifeld em Nova York e Sarah N. Lynch em Washington)