Por Michael Martina e Joseph Campbell
PEQUIM (Reuters) - Membros de famílias chinesas de passageiros a bordo do voo desaparecido da Malaysia Airlines reagiram com indignação e ceticismo, nesta quinta-feira, depois que o governo da Malásia informou que um pedaço de asa encontrado em uma ilha do Oceano Índico na semana passada fazia parte do avião.
O voo MH370 transportava 239 passageiros e tripulantes quando desapareceu em março do ano passado no trajeto entre Kuala Lumpur e Pequim. A maioria das pessoas a bordo era chinesa.
O anúncio do primeiro-ministro da Malásia de que a peça de asa conhecida como flaperon, que estava cheia de crustáceos grudados, fazia parte do Boeing 777 do voo MH370 foi a primeira evidência direta de que o avião caiu no oceano.
No entanto, os parentes das vítimas disseram que a descoberta levantou novas dúvidas e traz poucas soluções.
"Encontrem as pessoas para nós. Nós suspeitamos que os destroços do avião podem ser falsos", disse Liu Kun, cujo irmão mais novo estava a bordo, falando à Reuters pelo telefone. "Peças anteriormente utilizadas e trocadas em manutenção poderiam ser jogadas lá em baixo, mas as pessoas não podem ser encontradas agora."
A Malásia informou ter sido confirmado que o destroço era "conclusivamente" parte do MH370, mas o procurador-adjunto na França, onde a peça está sendo analisada, não chegou a estabelecer uma ligação definitiva, o que levantou suspeitas entre os familiares das vítimas.
A tristeza deu lugar à ira dos parentes, que acusaram autoridades malaias de ignorarem suas demandas e de reter informações.
(Reportagem adicional de Natalie Thomas)