Por Gabrielle Tétrault-Farber
GENEBRA (Reuters) - A Organização das Nações Unidas pediu nesta quarta-feira aos países que não se esqueçam dos civis envolvidos na guerra no Sudão, solicitando 4,1 bilhões de dólares para atender às suas necessidades humanitárias e apoiar aqueles que fugiram para os países vizinhos.
Uma guerra de dez meses no Sudão entre as Forças Armadas e as paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF) devastou a infraestrutura do país, provocou alertas de fome e deslocou milhões de pessoas dentro e fora do país.
Metade da população do Sudão - cerca de 25 milhões de pessoas - precisa de assistência humanitária e proteção, enquanto mais de 1,5 milhão de pessoas fugiram para República Centro-Africana, Chade, Egito, Etiópia e Sudão do Sul, de acordo com a ONU.
No lançamento de seu apelo conjunto com a agência de refugiados da ONU (Acnur), o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) pediu 2,7 bilhões de dólares em financiamento para fornecer ajuda humanitária a 14,7 milhões de pessoas.
"O Sudão continua sendo esquecido pela comunidade internacional", disse o chefe de ajuda da ONU, Martin Griffiths, aos diplomatas nas Nações Unidas em Genebra.
"Há um certo tipo de obscenidade no mundo humanitário, que é a competição do sofrimento, uma competição entre lugares: 'Eu tenho mais sofrimento do que você, então preciso receber mais atenção, então preciso receber mais dinheiro'".
A agência de refugiados da ONU solicitou 1,4 bilhão de dólares para apoiar cerca de 2,7 milhões de pessoas em cinco países vizinhos ao Sudão como parte do apelo.
Griffiths disse aos repórteres que os lados em conflito foram convidados a Genebra para discutir como os civis podem ter acesso à ajuda. Ele afirmou que as partes haviam concordado em princípio, mas os detalhes de qualquer reunião ainda precisavam ser definidos.