Por Nicolás Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) - As divisões dentro do peronismo, movimento que tem sido dominante na política argentina, enfraqueceu a força do grupo no Congresso e está ajudando o presidente Mauricio Macri, de centro-direita, a promover reformas pró-mercado que buscam restaurar a confiança na economia.
Publicamente, os líderes das ideologicamente diversas facções peronistas dizem estar otimistas sobre a reconstrução de alianças, mas em privado eles afirmam que as divisões devem permanecer pelo menos até as eleições parlamentares do ano que vem.
Seguidores da ex-presidente Cristina Kirchner, aliados do moderado Sergio Massa e outros líderes do movimento inspirado pelo general populista Juan Perón na década de 1940 estão combatendo entre si para controlar a agenda peronista.
"Uma frente unida no ano que vem será difícil", disse uma fonte de alto escalão do peronista Partido Justicialista. Alguns membros do partido abandonaram a facção Frente para a Vitória, de Cristina.
Os seguidores da ex-presidente, que apoiaram o candidato do Partido Justicialista Daniel Scioli na eleição presidencial do ano passado, buscará sua própria agenda, disse a fonte, que pediu anonimato para poder falar livremente.
Simpatizantes de Massa, que confrontou Cristina pessoalmente e deixou o Partido Justicialista em 2013 para formar um novo partido peronista dissidente, a Frente Renovador, também não tem planos de se alinhar a outros movimentos dentro da oposição a Macri.
"A Frente Renovador vai manter sua identidade... aqueles que quiserem se juntar, serão bem-vindos", disse uma fonte do partido.
A divisão ajudou Macri a conquistar a Presidência e continua a beneficiá-lo, pois seu partido PRO, de centro-direita, não tem maioria no Congresso e precisa do apoio de alguns peronistas para votar reformas importantes.