VENEZA (Reuters) - Um filme em preto-e-branco sobre a sede de vingança de uma mulher e seu sentimento de perdão após 30 anos na cadeia por um crime que não cometeu obteve neste sábado o principal prêmio do Festival Internacional de Veneza.
O diretor Lav Diaz descreveu "Ang Babaeng Humayo" ("The Woman Who Left", no título em inglês, ainda não traduzido para o português) como uma prova da luta diária dos filipinos após séculos de colonialismo e suas consequências, e dedicou o Leão de Ouro à sua terra natal.
"Isso é para o meu país, para o povo filipino, para nossa luta, nossa luta por humanidade. Obrigado, muito obrigado", discursou o diretor de 57 anos, cujo filme ganhador tem quase quatro horas de duração.
Vinte filmes norte-americanos e de todo o mundo, com atores de ponta de Hollywood e também diretores-roteiristas, estiveram competindo nesta edição, a 73ª, do festival de cinema mais antigo do mundo.
O grande prêmio do júri foi para o suspense "Animais Noturnos", de Tom Ford, ao passo que o prêmio de Melhor Diretor foi compartilhado entre o russo Andrei Konchalovsky, pelo drama "Rai" ("Paradise") e o mexicano Amat Escalante, por "La Región Salvaje".
A norte-americana Emma Stone ficou com o prêmio de Melhor Atriz por seu papel no musical "La La Land", e o argentino Oscar Martinez ganhou a láurea de Melhor Ator pelo desempenho na comédia dramática "El Ciudadano Ilustre".
A alemã Paula Beer recebeu o Prêmio Marcello Mastroianni de melhor revelação pelo papel no drama de pós-guerra "Frantz".
O prêmio especial do júri foi para "The Bad Batch", história sobre canibais, dirigido por Ana Lily Amirpour.
Noah Oppenheim ficou com o prêmio de Melhor Roteirista pelo seu trabalho em "Jackie", do diretor Pablo Larrain, que retrata a ex-primeira-dama Jacqueline Kennedy após o assassinato de seu marido, o ex-presidente dos EUA John F. Kennedy. OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20160910T202626+0000