CAIRO (Reuters) - O Egito descobriu novos indícios de que uma câmara secreta, que alguns acreditam ser o local de repouso da rainha Nefertiti, pode estar localizada atrás da tumba do rei Tutancâmon, disse o ministro de Antiguidades egípcio nesta quinta-feira.
Em todo o mundo existe um imenso interesse por Nefertiti, que morreu no século 14 a.C. e que se acredita ser a madrasta de Tutancâmon, e uma confirmação sobre o local de seu descanso final seria a mais notável descoberta arqueológica no Egito neste século.
Uma análise feita através de escaneamento com radares no local em novembro passado revelou a presença de dois espaços vazios atrás de duas paredes na câmara do rei Tutancâmon, disse Mamdouh al-Damaty em uma coletiva de imprensa.
"(O escaneamento indica) coisas diferentes atrás das paredes, materiais diferentes que podem ser metal, podem ser orgânicos", afirmou.
Em novembro Damaty disse haver 90 por cento de chance de que "algo" esteja atrás das paredes da câmara depois de um escaneamento inicial que havia sido enviado ao Japão para ser analisado.
Um escaneamento mais avançado será realizado no final deste mês com uma equipe de pesquisa internacional para confirmar se os espaços vazios são de fato câmaras. Só então, explicou Damaty, ele pode discutir a possibilidade de como e quando uma equipe poderia entrar nos cômodos.
"Podemos dizer com mais de 90 por cento (de certeza) que as câmaras estão ali. Mas eu nunca dou o passo seguinte até ter 100 por cento".
A descoberta pode ser um alívio para a enfraquecida indústria turística do Egito, que tem sofrido uma série de revezes desde o levante que derrubou o autocrata Hosni Mubarak em 2011, mas continua sendo uma fonte vital de moeda estrangeira.
O egiptólogo britânico Nicholas Reeves, que está comandando a investigação, acredita que originalmente o mausoléu de Tutancâmon foi ocupado por Nefertiti e que ela jaz pacificamente atrás do que ele supõe ser uma parede divisória.
A descoberta de Nefertiti, cujas maçãs do rosto esculpidas e cuja beleza majestosa foram imortalizadas em um busto de 3.300 anos de idade hoje exposto em um museu de Berlim, lançaria uma nova luz sobre o que continua sendo um período misterioso da história egípcia.
(Por Amina Ismail)