Por Ahmed Tolba e Shadi Bushra
CAIRO (Reuters) - O principal comitê eleitoral do Egito disse no domingo que está trabalhando em um novo calendário para a esperada eleição parlamentar, depois que um tribunal decidiu que um artigo de uma lei que define os distritos de votação é inconstitucional.
O presidente Abdel Fattah al-Sisi determinou que o governo altere o artigo no prazo de um mês.
A definição de um novo calendário tende a atrasar a votação, que estava prevista para começar em 22 de março, e é o último passo de um roteiro político anunciado pelo Exército em julho de 2013.
A mais recente medida destaca o caminho tortuoso do Egito rumo à democracia, desde a destituição do presidente islamita Mohamed Mursi em 2013, pelo Exército, após protestos em massa contra o governo do primeiro líder democraticamente eleito no país.
O Egito está sem um Parlamento desde junho de 2012, quando um tribunal dissolveu a câmara principal democraticamente eleita, revertendo uma grande conquista da revolta de 2011 que derrubou o autocrata Hosni Mubarak.
"O comitê vai preparar um novo calendário para medidas (de eleição) após a divulgação das alterações legislativas", disse um comunicado do Supremo Comitê Eleitoral.
Mais cedo, no domingo, a Suprema Corte Constitucional decidiu que um artigo de uma lei que define distritos eleitorais é inconstitucional.
"Sua Excelência salientou a necessidade de coordenação entre todas as instituições do Estado para a realização das eleições parlamentares, logo que possível, na conclusão do roteiro futuro definido pelos egípcios", informou um comunicado do gabinete de Sisi.
O primeiro turno da eleição parlamentar está marcado para 22 e 23 de março.
(Reportagem adicional de Stephen Kalin e Mahmoud Mourad)