Por James Mackenzie
JERUSALÉM (Reuters) - Os israelenses começaram a votar pela quinta vez em menos de quatro anos nesta terça-feira, com o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu buscando um retorno em uma disputa que deve ser moldada por um partido de extrema-direita que saiu da margem para se tornar uma potencial influência no próximo governo.
Após anos de impasse, a irritação dos eleitores pode prejudicar o comparecimento, mas o crescente apoio ao bloco ultranacionalista sionista Otzma Yehudit e a seu colíder Itamar Ben-Gvir galvanizou a campanha.
O primeiro-ministro mais longevo de Israel, Netanyahu, está sendo julgado por acusações de corrupção, o que ele nega, mas seu partido de direita Likud ainda deve terminar como o maior no Parlamento.
No entanto, as pesquisas de opinião finais da semana passada mostraram que ele ainda está aquém dos 61 assentos necessários para a maioria no Knesset de 120 assentos, abrindo margem para semanas de negociações de coalizão e possivelmente novas eleições.
Segurança e preços em alta estão no topo da lista de preocupações dos eleitores em uma campanha desencadeada por deserções da improvável coalizão governante de partidos de direita, de centro e árabes formada após a última eleição.
A campanha, que começou semanas após um breve conflito com o grupo militante Jihad Islâmica em Gaza em agosto, também se desenrolou em um cenário de meses de violência na Cisjordânia ocupada, com ataques e confrontos quase diários.
No entanto, o conflito teve pouco impacto direto na campanha, que foi ofuscada pela personalidade de Netanyahu, cujas batalhas legais têm alimentado o impasse que bloqueia o sistema político de Israel desde que ele foi indiciado por suborno, fraude e quebra de confiança em 2019.
À medida que os problemas legais de Netanyahu continuam, Ben-Gvir e o líder de extrema-direita Bezalel Smotrich avançaram sobre a tradicional base radical do Likud e a outrora marginal sigla sionista deve se tornar a terceira maior força no Parlamento.
O premiê Yair Lapid fez campanha com base em avanços diplomáticos com países como Turquia e Líbano, bem como em um forte desempenho da economia israelense, que resistiu ao ambiente global turbulento em uma forma relativamente boa.
(Reportagem de James Mackenzie, Dan Williams, Rami Ayyub e Henriette Chacar)