PARIS (Reuters) - As grandes potências irão sinalizar neste domingo ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que uma solução com dois Estados para israelenses e palestinos é a única solução, com a França alertando Trump de que os planos para mudar a embaixada norte-americana para Jerusalém poderiam prejudicar os esforços para a paz.
Cerca de 70 países, incluindo importantes países europeus e árabes, bem como os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, estão em Paris para uma reunião que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu rejeitou como "fútil". Nem os israelenses nem os palestinos serão representados na reunião.
No entanto, apenas cinco dias antes de Trump ser empossado presidente, a conferência fornece uma plataforma para os países enviarem fortes sinais ao futuro presidente norte-americano.
Trump prometeu perseguir mais políticas pró-Israel e mudar a embaixada dos EUA de Tel Aviv, onde está localizada há 68 anos, para Jerusalém, o que praticamente consagra a cidade como a capital de Israel, apesar das objeções internacionais.
Chamando de provocação, o ministro das Relações Exteriores da França Jean-Marc Ayrault disse que a mudança teria sérias consequências na prática.
"Não se pode ter uma posição tão clara, tão unilateral. Você precisa criar condições para a paz", disse ele ao canal France 3.
Paris afirmou que a reunião não irá impor nada sobre Israel ou sobre os palestinos e que apenas negociações diretas podem resolver o conflito.
Um comunicado de imprensa visto pela Reuters reafirma resoluções internacionais existentes, pede que ambos os lados reafirmem seu comprometimento com a solução de dois Estados e repudiem autoridades que a rejeitem. O comunicado pede que os protagonistas "se abstenham de passos unilaterais que prejulguem o resultado das negociações".
(Por John Irish e Lesley Wroughton)