Por James Oliphant
OXON HILL, Estados Unidos (Reuters) - Lembretes da enorme influência do ex-presidente Donald Trump sobre o Partido Republicano estavam em todos os lugares na Conferência Conservadora de Ação Política (CPAC), realizada todos anos, neste fim de semana em Washington.
Havia quiosques com chapéus e camisetas de Trump, membros do público usando adesivos “Make America Great Again” e até um Salão Oval improvisado onde os espectadores podiam ser fotografados perto de uma foto de Trump.
A conferência de três dias ilustrou a mão de ferro com que ele controla a base de direita do seu partido e o quão difícil será para um concorrente negar a Trump a indicação republicana às eleições presidenciais em 2024.
Ao mesmo tempo, permanece em aberto se o apelo de Trump ainda se estende além do seu núcleo duro leal.
As pesquisas de opinião mostram que muitos republicanos estão procurando uma alternativa, como o governador da Flórida, Ron DeSantis, acreditando que ele pode ter uma chance maior de vencer a Casa Branca.
Trump foi o último a discursar no sábado. “Vamos terminar o que começamos”, disse. “Vamos completar a missão”. O salão lotado cantou “Mais quatro anos!”.
Enquanto Trump e seus apoiadores se entrincheiravam no CPAC, DeSantis, que ainda não declarou que concorrerá à presidência, estava ocupado construindo sua imagem nacional e entrando em contato com potenciais doadores de campanha.
Ele falou em eventos republicanos de arrecadação de fundos em Houston e Dallas e deve dar um discurso na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan, na Califórnia, neste domingo.
DeSantis também compareceu a uma reunião de doadores republicanos na Flórida realizada pelo grupo anti-impostos Club for Growth (Clube pelo Crescimento), à qual Trump não foi convidado.
Embora tenha discursado em eventos anteriores, DeSantis pulou o CPAC dessa vez. Mas sua influência ainda podia ser sentida.
Vários palestrantes falaram sobre combater “wokeness”, planos de diversidade e equidade na educação e atletas estudantes transgêneros, temas chave para DeSantis que criaram raízes entre conservadores ao redor do país.
O evento, no entanto, foi muito voltado para Trump. A lista de palestrantes estava cheia de apoiadores de Trump, como a parlamentar Marjorie Taylor Greene, aliados de longa data, incluindo seu ex-assessor de campanha, Steve Bannon, e membros da família Trump, que muitas vezes receberam ovações mais altas do que os políticos em exercício que discursaram.
Kari Lake, que ano passado perdeu a eleição para ser governadora do Arizona e é uma declarada apoiadora das alegações falsas de Trump de que a eleição de 2020 foi repleta de fraudes, recebeu um espaço nobre para falar, assim como Jair Bolsonaro, o ex-presidente de direita do Brasil.
Os dois reclamaram que suas eleições foram roubadas e foram recebidos com aplausos pelo público.