Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rejeitou relatos da imprensa de que a sua equipe da campanha eleitoral teve contatos com autoridades russas de inteligência, dizendo nesta quinta-feira que não tinha conhecimento de nenhum integrante da sua equipe em comunicação com a Rússia antes das eleições de novembro.
Num momento em que o seu governo enfrenta uma polêmica crescente sobre a relação dos seus assessores com Moscou, Trump também disse que não havia orientado o seu ex-conselheiro de segurança nacional Michael Flynn a falar com o embaixador russo sobre sanções norte-americanas antes de assumir o poder.
Falando durante uma entrevista à imprensa na Casa Branca, Trump chamou a polêmica sobre a relação entre os seus assessores e Moscou como uma “fraude” e “uma manobra” por parte de meios de comunicação hostis.
Trump disse que pediu ao Departamento de Justiça para examinar os vazamentos de “informação confidencial dada ilegalmente” para jornalistas sobre a relação entre os seus assessores e a Rússia.
"Os vazamentos são absolutamente reais. As notícias são falsas”, disse Trump.
Ele também afirmou que não considera que o presidente russo, Vladimir Putin, estava tomando medidas para testá-lo logo no início do seu mandato.
Trump, que assumiu o poder em 20 de janeiro e manifestou apoio a relações melhores com a Rússia, acrescentou que ele pessoalmente não tinha negócios naquele país.
O New York Times informou na terça-feira que registros de telefonemas e ligações interceptadas mostravam que integrantes da equipe de campanha de Trump e outras pessoas ligadas ao presidente tiveram contatos repetidos com representantes da inteligência russa no ano anterior à eleição de 8 de novembro na qual Trump derrotou a democrata Hillary Clinton.
Pressionado pelos jornalistas sobre se tinha conhecimento de algum integrante da sua campanha presidencial mantendo contato com a Rússia antes da eleição, o presidente republicano disse: “Ninguém que eu saiba”.
Trump pediu e recebeu o pedido de demissão de Flynn na segunda-feira após revelações de que o conselheiro tinha discutido sanções norte-americanas contra a Rússia com o embaixador russo nos EUA, antes de o presidente assumir o poder. Segundo as revelações, Flynn depois não passara as informações corretas ao vice-presidente Mike Pence sobre essas conversas.
"Você sabe, primeiro todo mundo ficou empolgado porque eles pensaram que ele tinha feito algo errado. Depois que pensaram sobre o caso, viu-se que ele estava apenas fazendo o trabalho dele”, afirmou Trump sobre Flynn em relação à conversa com embaixador.
"Não, eu não o orientei, mas eu teria o orientado se ele não fizesse. OK?”, afirmou Trump, que disse que o problema foi Flynn não ter passado as informações corretas para Pence.
Trump, rico empresário de Nova York com interesses globais, também disse que não tinha laços com a Rússia. "Eu posso te falar, falando sobre mim, eu não tenho nada na Rússia. Eu não tenho empréstimos na Rússia. Eu não tenho nenhum acordo na Rússia”, declarou.