Por Lucy Papachristou
LONDRES (Reuters) - Um tribunal da Rússia ordenou que o Ministério do Interior pague 3,8 milhões de rublos (equivalente a 40.600 dólares) em indenização para a família de um homem que cometeu suicídio após ser torturado sob custódia da polícia quase sete anos atrás, disse o grupo ativista de direitos humanos russo Travmpunkt, nesta segunda-feira.
Em um caso que chegou às manchetes da imprensa russa, um tribunal da região do Tartaristão considerou cinco ex-funcionários do Ministério do Interior local culpados de terem torturado o homem, Ilnaz Pirkin, em uma tentativa de extrair uma confissão falsa sobre uma série de roubos.
Pirkin se matou em outubro de 2017, pouco depois de ser solto pela polícia em Nizhnekamsk, uma cidade com 250.000 pessoas a cerca de 1.000 quilômetros a leste de Moscou. Ele tinha 22 anos.
Vários policiais -- incluindo o chefe da unidade anticorrupção local -- foram condenados em 2020 por abusar dele e receberam sentenças longas de prisão, embora algumas delas tenham sido reduzidas no ano passado.
No que ativistas de direitos humanos dizem ser um raro exemplo de responsabilização por abuso de poder na Rússia, o tribunal municipal de Nizhnekamsk ordenou na segunda-feira que o Ministério do Interior pagasse 3 milhões de rublos (32.000 dólares) por danos morais aos pais de Pirkin e 800.000 rublos (8.600 dólares) para sua irmã.
Sergei Babinets, advogado russo e chefe do grupo ativista “Team Against Torture” (Time Contra Tortura), disse que a soma é “muito significativa” para tribunais domésticos que geralmente concedem 150.000 rublos (1.600 dólares) em indenização média às famílias de vítimas de tortura.
(Reportagem de Lucy Papachristou)