Por Philip Pullella e Kay Johnson
BANGCOC (Reuters) - O papa Francisco criticou nesta quinta-feira a exploração sexual de mulheres e crianças na Tailândia, que é conhecida pelo turismo sexual, dizendo que a violência, o abuso e a escravidão que sofrem são males que precisam ser extirpados.
Em seu primeiro dia completo de visita ao país primordialmente budista, Francisco rezou uma missa para dezenas de milhares de católicos no Estádio Nacional da Tailândia, onde os membros da religião representam menos de 1% da população.
"Para nós, é como se o próprio Deus estivesse aqui", disse Nutaporn Kwanmuang, de 27 anos, que assistiu à missa, a maior reunião local de católicos desde que o papa João Paulo 2º fez uma visita em 1984. Dezenas de milhares de outras pessoa acompanharam a cerimônia em telões em um estádio adjacente.
Em sua homilia, Francisco mencionou a exploração de mulheres e crianças e o sofrimento de refugiados e imigrantes pela segunda vez em um dia.
"Aqui eu penso nas crianças e mulheres que são vítimas da prostituição e do tráfico humano, humilhadas em sua dignidade humana essencial", disse o papa de 82 anos, que parecia cansado ao final de um dia longo.
A Tailândia, que atrai cerca de 35 milhões de turistas por ano, vem tentando se livrar da reputação de destino do turismo sexual, mas operações repressivas recorrentes não livraram Bangcoc e outros polos turísticos de bares de dançarinas e casas de massagem que muitas vezes oferecem sexo.
Existem cerca de 123.530 profissionais do sexo na Tailândia, de acordo com um relatório de 2014 do Programa das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids).
Mais cedo, no primeiro discurso que fez nesta quinta-feira, Francisco expressou apreço pelos esforços do governo tailandês "para extirpar esse flagelo, e a todos os indivíduos e organizações particulares que trabalham para erradicar este mal e oferecer maneiras de restaurar a dignidade (das vítimas)".
Nos dois locais, ele defendeu refugiados e imigrantes e repudiou o tráfico humano.
O número de vítimas do tráfico humano resgatadas na Tailândia deve atingir um recorde neste ano. A demanda de mão de obra barata na vizinha Malásia fez o comércio ilegal disparar, de acordo com dados do governo.