PEQUIM (Reuters) - O embaixador dos Estados Unidos na China, Terry Branstad, tem uma visita marcada ao Tibete nesta semana, disse uma porta-voz da embaixada dos EUA, no que será a primeira visita de um embaixador norte-americano à região desde 2015 e que ocorrerá em meio a uma tensão comercial crescente entre os dois países.
A visita vem na esteira da sanção de uma lei, em dezembro, que exige que os EUA neguem vistos de entrada a autoridades chinesas encarregadas de implantar diretrizes que restringem o acesso de estrangeiros ao Tibete, uma legislação que foi criticada pela China.
"Esta visita é uma chance para o embaixador se engajar com líderes locais para tratar de preocupações de longa data sobre as restrições à liberdade religiosa e a preservação da cultura e da língua tibetanas", disse a porta-voz em um comunicado enviado por e-mail.
Branstad viajará à província de Qinghai e ao vizinho Tibete entre 19 e 25 de maio, uma excursão que incluirá encontros oficiais e visitas a santuários religiosos e culturais, segundo a porta-voz.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang, disse que o governo saúda a visita de Branstad e que ele poderá ver por si mesmo as grandes mudanças ocorridas desde que o Tibete foi "libertado pacificamente" mais de seis décadas atrás.
A China espera que Branstad não leve nenhum "preconceito" consigo na viagem e que vá com uma atitude objetiva para poder tirar suas próprias conclusões, disse Lu em um informe diário à imprensa.
"Especialmente no tocante à proteção e ao desenvolvimento da cultura, religião, herança e história tibetanas, espero que ele consiga respeitar os fatos e tirar suas próprias conclusões, ao invés de ficar confuso e perturbado com falatórios e certos rumores e calúnias de longa data".
Em dezembro, a China criticou os EUA por sancionarem a Lei de Acesso Recíproco ao Tibete, que busca promover o acesso de diplomatas e outras autoridades dos EUA, jornalistas e outros cidadãos ao Tibete negando a entrada de autoridades chinesas consideradas responsáveis por limitar o acesso ao Tibete em solo norte-americano.
O governo dos EUA tem obrigação de começar a negar vistos até o final deste ano.
(Por Tony Munroe e Ben Blanchard, em Pequim, e Nandita Bose e David Brunnstrom, em Washington)