(Reuters) - O embaixador da Ucrânia no Reino Unido, Vadym Prystaiko, esclareceu declarações que fez mais cedo nesta segunda-feira sobre a possibilidade de o país desistir de aderir à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), afirmando que a ex-República soviética não está reconsiderando sua tentativa de se juntar à aliança militar.
Perguntado se a Ucrânia iria ou não iria reconsiderar sua ambições de entrar na Otan, Prystaiko disse à BBC em inglês: "Não, e estou bastante feliz em ter a chance de esclarecer minha posição".
Ele disse que a informação divulgada mais cedo pela BBC sobre a possibilidade de a Ucrânia desistir da adesão à Otan para evitar uma guerra com a Rússia foi resultado de um mal-entendido.
"Não somos membros da Otan neste momento, e para evitar a guerra estamos preparados para muitas concessões, e é isso que estamos fazendo nas conversas com os russos", disse. "Isso não tem nada a ver com a Otan, que está consagrada na Constituição."
"Não é um adiamento de nossas ambições de estar na Otan --o que estamos falando é que não estamos na família agora, então temos que procurar algo mais como acordos bilaterais com o Reino Unido, com os Estados Unidos", disse ele. "Então, além da Otan, estamos procurando outros arranjos que nos permitam sobreviver a essa provação específica agora."
Perguntado novamente se a Ucrânia estava mudando sua tentativa de se tornar membro da Otan, ele disse: "Não".
Mais cedo, a BBC relatou que Prystaiko afirmou que a Ucrânia está disposta a ser "flexível" em relação a seu objetivo de aderir à aliança militar ocidental. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que a entrada ucraniana na Otan poderia ser um gatilho para a guerra.
"Poderíamos --especialmente sendo ameaçados assim, chantageados por isso, e empurrados para isso", disse Prystaiko, segundo a BBC, ai ser indagado sobre se Kiev poderia mudar de posição em relação a um ingresso na Otan.
A Ucrânia não é um membro da aliança militar, mas tem a promessa, datada de 2008, de que eventualmente lhe será dada a oportunidade de aderir, um passo que traria a aliança liderada pelos Estados Unidos para a fronteira com a Rússia.
Putin diz que os crescentes laços da Ucrânia com a aliança poderiam fazer dela uma plataforma de lançamento de mísseis da Otan voltados para a Rússia. Ele diz que a Rússia precisa estabelecer "linhas vermelhas" para evitar isso.
A Rússia deslocou mais de 100.000 soldados e armas pesadas para uma área em que fica ao alcance de atacar a Ucrânia nas últimas semanas, levando os Estados Unidos e seus aliados da Otan a avisar que uma invasão poderia ser iminente.
Moscou nega que esteja planejando um ataque, chamando os exercícios de manobras militares, mas emitiu exigências por escrito para que a Otan renuncie a qualquer expansão adicional para o leste, incluindo a adesão da Ucrânia. Os membros da aliança rejeitaram a exigência.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou com seu colega ucraniano Volodymyr Zelenskiy no domingo e concordou em continuar os esforços diplomáticos para tentar resolver a crise, disse a Casa Branca.
(Reportagem de Stephen Coates)