Por Kanishka Singh
(Reuters) - Os judeus dos Estados Unidos sofreram no ano passado o maior número de incidentes antissemitas desde que a Liga Antidifamação (ADL) começou a coletar registros 40 anos atrás, informou a agência de monitoramento do racismo nesta terça-feira.
Os 2.107 incidentes antissemitas registrados em 2019 nos EUA incluem ataques letais de homens armados em uma sinagoga da Califórnia e em um mercado kosher de Nova Jersey, além de um esfaqueamento mortal na casa de um rabino de Nova York.
Trata-se de um aumento de 12% em relação aos 1.879 incidentes de 2018. Até então, o maior número havia sido registrado em 1994, quando a ADL relatou diversos incêndios criminosos não solucionados, queima de cruzes e disparos feitos de um carro de passagem.
A auditoria feita pela entidade dos incidentes antissemitas de 2019 contou 1.127 casos de assédio, 61 casos de agressão física e 919 instâncias de vandalismo. Mais da metade destes ataques aconteceu na cidade de Nova York.
"Este foi um ano de atividades antissemitas inéditas, um momento em que muitas comunidades judias de todo o país tiveram encontros diretos com o ódio", disse o executivo-chefe da ADL, Jonathan Greenblatt.
Nas últimas semanas, a ADL emitiu alertas sobre um crescimento contínuo de incidentes, dizendo que teorias conspiratórias ligadas ao surto de coronavírus poderiam agravar o antissemitismo nos EUA.
Greenblatt já chegou a culpar em parte o presidente norte-americano, Donald Trump, pelo aumento do antissemitismo, dizendo que ele deveria ter feito mais para repudiar os incidentes, incluindo uma manifestação da extrema-direita na Virgínia em 2017 durante a qual os envolvidos entoaram slogans antijudeus. Um manifestante contrário ao ato foi assassinado.