BRUXELAS (Reuters) - Quase 110 mil imigrantes entraram na União Europeia em julho de forma ilegal e estabeleceram um recorde, mostraram dados divulgados nesta terça-feira, e o influxo se mantém, sobretudo de sírios que chegam às ilhas gregas partindo da Turquia.
A Frontex, agência de controle das fronteiras da UE, disse ter detectado cerca de 107.500 pessoas chegando por canais irregulares no mês passado, um aumento agudo em relação ao recorde anterior, estabelecido em junho – pouco mais de 70 mil pessoas – e mais de três vezes a cifra registrada no mesmo mês um ano atrás.
As fronteiras mais movimentadas foram as das ilhas gregas do Mar Egeu na costa da Turquia, onde quase 50 mil pessoas foram vistas chegando pelo mar, principalmente em Lesbos, Quios, Samos e Cós.
Quase 340 mil desses imigrantes foram flagrados até agora este ano chegando à UE, principalmente na Itália, na Grécia e na Hungria – um aumento de 175 por cento em comparação ao mesmo período de 2014 e muito mais do que os 280 mil registrados em todo o ano passado.
Outros dados mostram que 625.920 pessoas pediram asilo no bloco no ano passado. As autoridades da Frontex não estavam disponíveis de imediato para comentar o quanto o aumento nos números detectados pode ser resultado de um monitoramento maior nas divisas.
"Sírios e afegãos representaram uma grande fatia do número recorde de imigrantes entrando na UE ilegalmente", declarou a Frontex em um comunicado. "A maioria deles, fugindo da instabilidade em seus países de origem, inicialmente entraram na Grécia pela Turquia".
(Reportagem de Alastair Macdonald)