Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse à Reuters na quarta-feira que não acredita nas pesquisas de opinião que mostram que seu provável adversário democrata Joe Biden lidera a corrida de 2020 para a Casa Branca.
Durante uma entrevista no Salão Oval, o presidente republicano disse que não espera que as eleições fossem um referendo sobre sua condução da crise causada pela pandemia do coronavírus e expressou surpresa sobre o sucesso do ex-vice-presidente nas pesquisas.
"Eu não acredito nas pesquisas", disse Trump. "Eu acredito que as pessoas desse país são inteligentes. E eu não acho que elas vão escolher um homem que é incompetente."
Trump já criticou o histórico de Biden de décadas como senador dos Estados Unidos e como vice do ex-presidente Barack Obama. Biden deve vencer a indicação de seu partido para disputar as eleições do dia 3 de novembro na convenção da agremiação em agosto.
"E eu não digo incompetente por causa da condição que ele tem agora. Eu quero dizer que ele é incompetente há 30 anos. Tudo que ele já fez foi ruim. Sua política externa era um desastre", disse Trump.
Na quinta-feira, o porta-voz da campanha de Biden Andrew Bates disse que a resposta de Trump à crise do coronavírus sugeria que ele acreditava na propaganda do governo chinês de que a pandemia havia sido contida --e que aquilo havia diminuído a credibilidade de Trump.
Em uma nota enviada por e-mail, Bates escreveu que a campanha não leva em conta o que Trump acredita.
Uma pesquisa de opinião Reuters/Ipsos conduzida durante essa semana sobre a disputa nas eleições gerais mostrou que 44% dos eleitores registrados disseram que apoiariam Biden, com 40% deles dizendo que votariam em Trump.
Ainda mais problemático para Trump, uma pesquisa recente conduzida pela Reuters/Ipsos nos Estados decisivos de Michingan, Wisconsin e Pensilvânia indica que Biden tem uma vantagem de 45% a 39% sobre o atual presidente. As vitórias de Trump nestes Estados nas eleições de 2016 ajudaram a consolidar sua ida à Casa Branca.
Trump questionou seu diretor de campanha, Brad Parscale, e outros conselheiros políticos depois que eles mostraram os números da pesquisa que indicavam sua derrota para Biden, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.
O presidente foi informado de que estava atrás de Biden em muitos Estados-chave para a disputa, e que teria perdido no Colégio Eleitoral caso as eleições acontecessem em abril.
Trump, em um tuíte na manhã de quinta-feira, disse que apoiava Parscale. "Na verdade, ele está fazendo um ótimo trabalho. Eu nunca gritei com ele (ele está comigo há anos, incluindo na vitória de 2016) e eu não tenho a intenção de fazê-lo", disse.
(Reportagem de Steve Holland; Reportage adicional de Jeff Mason, James Oliphant e Trevor Hunnicutt)