Por Elisabeth O'Leary
EDIMBURGO (Reuters) - A Escócia intensificará os esforços para persuadir cidadãos da União Europeia a permanecerem em seu território após a separação britânica do bloco, dirá a primeira-ministra escocesa a parlamentares franceses nesta terça-feira em meio aos temores de uma possível falta de mão de obra na maior das três nações menores do Reino Unido.
Nicola Sturgeon, que apoia a independência escocesa do Reino Unido, dirá aos parlamentares franceses que as propostas britânicas para sua desfiliação da UE e as limitações à livre circulação prejudicarão a economia da Escócia mais do que o Reino Unido como um todo.
Pequenos negócios e associações turísticas alertaram para a falta de mão de obra que já atinge vagas remotas e de baixa remuneração, como as de processamento de alimentos e hospitalidade, que são essenciais para o sucesso da economia escocesa e dependem muito de trabalhadores da UE.
Cresceu a tensão política entre o governo restituído de Nicola, que se opõe ao Brexit, e o dividido governo britânico conservador, que tenta com dificuldades finalizar a separação até o dia 29 de março.
A insatisfação do Partido Nacional Escocês da premiê com o Brexit também a pressiona a retomar a iniciativa separatista agora que o rompimento iminente com a UE leva a política britânica ao seu limite.
"Sem a livre circulação, existe o perigo de nossa população começar a declinar. Poderíamos enfrentar escassez de mão de obra em áreas rurais, em nossas universidades, em nossos serviços de cuidado e saúde", dirá Nicola ao Comitê de Política Externa da Assembleia Nacional da França, onde foi convidada a discursar.
"O governo do Reino Unido está proclamando o fim da livre circulação como uma vitória – ao contrário, é uma medida derrotista", afirmará.