Por Valerie Volcovici
WASHINGTON (Reuters) - Ao escolher a senadora Kamala Harris como companheira de chapa, o candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, indicou apoio à aplicação de leis antipoluição para processar empresas que poluem o meio ambiente, disseram grupos ambientais.
Biden enfatizou as credenciais ambientais de Harris quando anunciou a senadora da Califórnia como sua vice na terça-feira, apontando processos movidos por ela enquanto era procuradora em San Francisco entre 2004 e 2011, e depois como procuradora-geral do Estado até janeiro de 2017.
"Como procuradora-geral, Kamala processou corporações como a Chevron e a BP por danos contra o meio ambiente, e venceu", diz um documento publicado pela campanha de Biden detalhando a experiência de Harris. A nota também aponta que Harris havia processado empresas por seus supostos envolvimentos ao expor os cidadãos californianos a níveis excessivos de emissões de diesel.
No mês passado, Harris buscou destacar como as comunidades de minorias e de baixa-renda são desproporcionalmente afetadas pela poluição. Na semana passada, Harris ajudou a promover um projeto de lei ao lado da deputada Alexandria Ocasio-Cortez que irá requerer que agências federais avaliem os impactos da legislação ambiental norte-americana em todas as comunidades igualmente, um conceito conhecido como justiça ambiental.
Biden também prometeu que seu plano de 2 trilhões de dólares para combater as mudanças climáticas apoiaria a justiça ambiental ao direcionar investimentos em energia limpa para comunidades que vivem nas sombras de refinarias e usinas de energia.
Mas Harris já foi além da posição climática de Biden em algumas maneiras. Como candidata presidencial em sua campanha própria no ano passado, ela foi uma apoiadora do "Green New Deal", uma plataforma parlamentar para vislumbrar um processo liderado pelo governo para descarbonizar a economia.