ISLAMABAD (Reuters) - O ataque com drone que matou o comandante do Estado Islâmico no Afeganistão e Paquistão foi o mais recente golpe às ambições do movimento de expandir suas atividades para uma região onde o Taliban continua a ser a força islâmica dominante.
O Estado Islâmico tem atraído centenas, talvez milhares, de combatentes jihadistas no Afeganistão e Paquistão e ocupou uma pequena faixa de território na província afegã oriental de Nangarhar, onde o líder Hafiz Saeed Khan foi morto em 26 de julho por um drone dos EUA, o que foi confirmado por Washington na sexta-feira.
Mas, fora desse território, autoridades de segurança e analistas dizem que o Estado Islâmico permanece, por enquanto, mais uma "marca" do que uma força militante coesa.
"Grupos de todo o mundo querem pular para o lado deles e lucrar com sua popularidade e o medo que comandam", disse um oficial da polícia paquistanesa com sede em Islamabad, sob condição de anonimato porque não estava autorizado a falar com a mídia.
A auto-declarada "província de Khorasan" do EI no Afeganistão e no Paquistão reivindicou a autoria de dois atentados especialmente mortais -- um na capital afegã, Cabul, e o outro na cidade paquistanesa de Quetta.
No entanto, autoridades paquistanesas e analistas independentes têm levantado dúvidas sobre as reivindicações, especialmente em relação ao bombardeio em Quetta, dizendo que a alegação mais crível para o ataque suicida em um hospital era de um desdobramento do Taliban paquistanês, o Jamaat-ur-Ahrar.
"O EI está cada vez mais na defensiva enquanto se esforça para defender o seu califado que vem diminuindo no Iraque e na Síria, por isso tem um forte incentivo para mostrar que ainda é relevante levando crédito por algo que não fez", disse Michael Kugelman, analista do Woodrow Wilson Center.
(Por Kay Johnson)